"No, ganar o perder no tiene nada que ver con jugar bien. Ni pasas a tener razón porque ganas, ni tampoco la pierdes por no salir vencedor."
Johan CruyffEl Periódico
Quando um jogador inicia sua carreira na base do Santos Futebol Clube hoje, ele tem quem como modelo (principalmente os aspirantes a atacante)? Neymar, assim como Neymar teve Robinho, e Robinho teve Pelé, e Pelé teve seus modelos também.
O modelo é importante para nos dar um parâmetro de qualidade, do que achamos possível ser feito de forma que agrade a nós, e ao ambiente em que vivemos.
Vejo assim o FC Barcelona hoje, é um modelo de equipe, que apresenta determinadas caracteristicas possíveis de serem copiadas de forma positiva por outras equipes, afim de tornar o futebol em sí um jogo mais agradável de ser visto, um jogo mais coletivo, sem perder a qualidade individual.
O Shaktar Donetsky por exemplo, joga de uma forma muito parecida ao Barcelona, pelo menos me pareceu nos dois jogos da Liga dos Campeões, em que o Barcelona goleou, mas poderia ter sido goleado também.
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USANDO O MODELO
USANDO O MODELO
Vídeo em que apresentamos algumas situações pretendidas pela então equipe junior do EC Cruzeiro.
Num segundo momento coloquei uma edição de vídeo do FC Barcelona em que cito alguns comportamentos que a equipe apresenta e apresentou no decorrer do ano inteiro. A edição não é minha, não sei quem é o responsável pois não indica no vídeo.
Em outro momento vou utilizar este vídeo do EC Cruzeiro jovamente (vou refazer a postagem sobre organização ofensiva) pois acredito que fica fácil de verificar que conseguimos passar por todos os momentos do jogo (Iniciamos em Transição Defensiva após uma jogada, entramos em Organização Defensiva, entramos em Transição Ofensiva e Terminamos em Organização Ofensiva com o gol), dando ênfase na Organização Ofensiva, e dentro desta conseguindo ter êxito nas 3 fases que acreditamos serem pertinentes:
1 - Organização
2 - Criação de Superioridade"s" / Espaço"s"
3 - Aproveitamento dos espaços e Finalização
Junto com isso algumas coisas aparecem, como jogo frente costas, entre linhas, abertura e profundidade, criação de linhas, dentre outros.
Um assunto interessante é a reprodução deste modelo do FC Barcelona em outras equipes que não o próprio FC Barcelona. Neste vídeo dos juniores do Cruzeiro facilmente se identifica movimentos parecidos, e me pergunto, será correto "copiar" este tipo de modelo de jogo, com adaptações contextuais, claro, mas seguindo a mesma filosofia?
Cada vez mais acredito em minhas experiências de campo, que a maior parte dos erros cometidos pelos jogadores da base, principalmente em juvenis e juniores , ocorrem pela preocupação em ganhar o jogo, tornando este um jogo muito mais rápido do que a natureza do momento permite, um jogo descontrolado, e para mim, isso é culpa do modelo de valorização, que acaba condicionando os modelos de jogo das equipes destas idades.
Pensemos então, se valorizarmos modelos como o do Barcelona, do Shaktar Donetsky (pra não ficar só no Barcelona) não estaremos formando jogadores com menos pressa e com mais qualidade, vivendo mais o jogo?
É possivel fazer isso com outros modelos? É, porém, na maioria deles a participação dos jogadores se reduz com a bola, consequentemente a propensão de aprendizagem e participação ativa também cai, muitas vezes por nem dar tempo de tomar conciência do processo, é comum ver isso em categorias sub-10 ou sub-11 em que as equipes iniciam suas organizações com um balão do zagueiro, para um atacante que normalmente parte para um lance 1x1 e a partir dai o acaso toma conta. Porém o que leva os treinadores a acreditar nesse tipo de jogo? O resultado, um zagueiro pequeno em termos de idade ao tentar sair jogando por exemplo, pode errar pela sua falta de conhecimento sobre as opções, timmings, percepção e tomar o gol, e consequentemente a equipe pode perder por causa disso. Porem esse erro pode ser o inicio do acerto, o conhecimento e o aprendizado passam pelo erro, não podemos blindar os atletas, temos sim é que acreditar em "um" futebol independente da idade.
E para finalizar, será que o pessoal do FC Barcelona inventou este modelo? Ou apenas aperfeiçoou a cópia da seleção holandesa de 1974?
Alguns clubes tradicionais tem modelos diferentes deste acima proposto inclusive quase como estatutos do clube, muitas vezes até o oposto do que mostrei acima, porém se hoje a Inter de Milão, que foi Bi-campeâ Europeia com Helenio Herrera com o velho Catenaccio nos anos 60, (inclusive segundo alguns inventando á figura do Líbero e até mesmo da Defesa com 3 Zagueiros já que ele muitas vezes usava uma linha de 4 com um Líbero atrás, jogando com 5 alí), E Mourinho vencendo tudo na Itália jogando na maior parte das vezes com um 1.4.3.3 e um Losango bem ofensivo, e não me lembro de alguém ter dito que isso agrediu a cultura defensiva italiana gerada lá pelos resultados do Herrera.
Um assunto interessante é a reprodução deste modelo do FC Barcelona em outras equipes que não o próprio FC Barcelona. Neste vídeo dos juniores do Cruzeiro facilmente se identifica movimentos parecidos, e me pergunto, será correto "copiar" este tipo de modelo de jogo, com adaptações contextuais, claro, mas seguindo a mesma filosofia?
Cada vez mais acredito em minhas experiências de campo, que a maior parte dos erros cometidos pelos jogadores da base, principalmente em juvenis e juniores , ocorrem pela preocupação em ganhar o jogo, tornando este um jogo muito mais rápido do que a natureza do momento permite, um jogo descontrolado, e para mim, isso é culpa do modelo de valorização, que acaba condicionando os modelos de jogo das equipes destas idades.
Pensemos então, se valorizarmos modelos como o do Barcelona, do Shaktar Donetsky (pra não ficar só no Barcelona) não estaremos formando jogadores com menos pressa e com mais qualidade, vivendo mais o jogo?
É possivel fazer isso com outros modelos? É, porém, na maioria deles a participação dos jogadores se reduz com a bola, consequentemente a propensão de aprendizagem e participação ativa também cai, muitas vezes por nem dar tempo de tomar conciência do processo, é comum ver isso em categorias sub-10 ou sub-11 em que as equipes iniciam suas organizações com um balão do zagueiro, para um atacante que normalmente parte para um lance 1x1 e a partir dai o acaso toma conta. Porém o que leva os treinadores a acreditar nesse tipo de jogo? O resultado, um zagueiro pequeno em termos de idade ao tentar sair jogando por exemplo, pode errar pela sua falta de conhecimento sobre as opções, timmings, percepção e tomar o gol, e consequentemente a equipe pode perder por causa disso. Porem esse erro pode ser o inicio do acerto, o conhecimento e o aprendizado passam pelo erro, não podemos blindar os atletas, temos sim é que acreditar em "um" futebol independente da idade.
E para finalizar, será que o pessoal do FC Barcelona inventou este modelo? Ou apenas aperfeiçoou a cópia da seleção holandesa de 1974?
Alguns clubes tradicionais tem modelos diferentes deste acima proposto inclusive quase como estatutos do clube, muitas vezes até o oposto do que mostrei acima, porém se hoje a Inter de Milão, que foi Bi-campeâ Europeia com Helenio Herrera com o velho Catenaccio nos anos 60, (inclusive segundo alguns inventando á figura do Líbero e até mesmo da Defesa com 3 Zagueiros já que ele muitas vezes usava uma linha de 4 com um Líbero atrás, jogando com 5 alí), E Mourinho vencendo tudo na Itália jogando na maior parte das vezes com um 1.4.3.3 e um Losango bem ofensivo, e não me lembro de alguém ter dito que isso agrediu a cultura defensiva italiana gerada lá pelos resultados do Herrera.
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Grande abraço
Grande abraço
Luis Esteves
2 comentários:
Não me parece que seja errado copiar um modelo, desde que ele se encaixe no contexto da respectiva equipa. Se tivermos jogadores com boa qualidade de passe e recepção, com criatividade e boa leitura de jogo, porque haveremos de jogar constantemente em ataque rápido em vez de ataque posicional? Por vezes as pessoas pensam que o Barcelona joga desta forma para entreter as bancadas quando eles jogam assim porque é uma forma tremendamente eficaz de criar situações de perigo sem comprometer as transições defensivas.
Da mesma forma que considero um erro jogar em ataque posicional quando não se tem as armas disponíveis para o fazer.
PS - Parabéns pelos posts que tens escrito, sempre muito pertinentes.
Abraço
Concordo e discordo com o seu comentário caro Telmo, pois a análise que o Professor Luís fez está bem feita, na medida em que se os jogadores não têm qualidade de passe e recepção e o modelo de jogo que tu tens definido necessita de jogadores com essas características então deves treina-los para que consigam atingir a qualidade pedida pelo teu modelo de jogo até essa qualidade vir ao de cima. O erro faz parte do processo de aprendizagem e de melhoramento das qualidades tais como o professor explicou.
A nível profissional vais ter sempre armas para jogar em ataque posicional pois todos os jogadores têm um nível técnico bom, e chega ser bom porque o resto é enquadramento com o teu modelo de jogo.
As equipas de ataque rápido jogam assim porque o treinador tem essa ideia, não porque os jogadores querem ou porque têm características para tal.
Basta perguntares a qualquer jogador no mundo seja ele juvenil ou senior e vai-te dizer que prefere jogar em ataque posicional pois nesse modelo a equipa tem constantemente bola e todos os jogadores gostam é de ter bola, não correr atrás dela.
Abraço
Blessing Lumueno
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