FONTE: TERRA
http://esportes.terra.com.br/futebol/copadobrasil/2011/noticias/0,,OI5115689-EI17245,00-Sao+Paulo+adota+tecnologia+GPS+em+atletas+para+evitar+migue.html
06 de maio de 2011 • 17h42
Notícia
Fernandinho aprova nova tecnologia do São Paulo
Foto: Luiz Pires/Vipcomm/Divulgação
O São Paulo vai receber nos próximos dias um relógio com tecnologia GPS para auxiliar os jogadores na preparação física durante os treinos e evitar uma possível falta de comprometimento dos jogadores nas atividades.
O objeto transmite a um computador a frequência cardíaca do atleta, o esforço na atividade, as distâncias percorridas com velocidade e se o trajeto pedido pelos preparadores físicos foi alterado. Ou seja: se um atleta quiser tentar enganar a preparação, logo será identificado.
O atacante Fernandinho gostou da ideia. "É bom para todos nós, pois vamos dar o máximo sempre", disse o atleta, que se recupera de contusão e já retornou aos treinamentos no gramado. Outros clubes do Brasil, como Cruzeiro e Criciúma, já fizeram uso dessa tecnologia importada.
OBSERVAÇÃO:
Minha dúvida é, será que o GPS irá evitar o migué no jogo?
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HISTÓRIAS DA BOLA
TEXTO RETIRADO E ADAPTADO DO MEU PRÓPRIO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
2008
2008
A HOLANDA DE 1974
4.7.1. Origem
Em 1970 a seleção brasileira encantou o mundo com um futebol mágico, onde a movimentação e os contra ataque rápido, tanto utilizando de passes curtos como lançamentos eram a principal característica, pois havia jogadores com talento suficiente para isto, e a preparação física já tinha um papel determinante, principalmente após 1966. Então, como a maioria das evoluções que foram apresentadas na historia do futebol, talvez a maior de todas, aconteceu na copa do mundo da Alemanha, em 1974, e foi realizada pelo selecionado holandês, comandado pelo então treinador Rinus Michels.
Michels, que fora jogador do Ajax, era um centroavante, um artilheiro, e assim como Alf Hamsey que era defensor, trouxe de seus tempos de jogador a mentalidade ofensiva, que mais tarde se tornaria símbolo das equipes holandesas, uma escola que a partir dele, começou a ser desenhada como uma das maiores do mundo em termos culturais. Antes disso, o futebol holandês não tinha nenhuma expressão no futebol mundial.
Já no início dos anos 70, Michels conseguiu conquistas importantes na Holanda e na Europa, e acabou vencendo em 1971, 1972 E 1973 a Champions League, maior torneio de clubes do planeta. Então no ano de 1974 assumiu a seleção holandesa, a dois meses da copa, com a missão de tentar fazer apenas um bom trabalho e colocar a seleção num lugar honrado, já que ate então este país não tinha nenhuma tradição em copas do mundo. Dois meses depois o mundo veria o que a crônica esportiva chamou de “Futebol Total”, onde todos jogavam, todos atacavam e todos defendiam. Era a pelada organizada como diria Tostão.
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Já no início dos anos 70, Michels conseguiu conquistas importantes na Holanda e na Europa, e acabou vencendo em 1971, 1972 E 1973 a Champions League, maior torneio de clubes do planeta. Então no ano de 1974 assumiu a seleção holandesa, a dois meses da copa, com a missão de tentar fazer apenas um bom trabalho e colocar a seleção num lugar honrado, já que ate então este país não tinha nenhuma tradição em copas do mundo. Dois meses depois o mundo veria o que a crônica esportiva chamou de “Futebol Total”, onde todos jogavam, todos atacavam e todos defendiam. Era a pelada organizada como diria Tostão.
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4.7.2. A formação da equipe
A concentração para formar a equipe começou dia 21 de maio de 1974. Michels utilizou uma metodologia de treinamento que valorizava muito a parte física, segundo Johann Cruyff , jogador e capitão daquela equipe, o método de trabalho utilizado por Michels foi diferente dos que se trabalhava na época. Deu ele ênfase a parte aeróbia, buscando uma resistência específica para o modelo de jogo que viria pela frente, este foi um dos pilares da construção daquela forma de se interpretar o futebol.
Então, segundo Cruyff (1974, p.34), “Michels reuniu os jogadores e disse qual ia ser a tática utilizada e quem estivesse de acordo e disposto a jogar conforme a sua tática podia permanecer na seleção, quem não estivesse poderia arrumar as malas e ir para a casa”. Os jogadores pensaram, e com a liderança de Cruyff, conseguiram formar um grupo voltado ao trabalho em equipe, onde o lema era ajudar o companheiro sempre que este precisasse. Na verdade esta cultura sempre esteve presente no sistema socio-econômico holandês.
O curioso é que segundo o próprio Michels, em entrevista e um documentário sobre futebol, afirma que o Futebol Total, marca registrada de sua equipe talvez já fosse aplicado por seleções como a da Áustria, o Wunderteam e a Hungria de 1954. (HISTÓRIA DO FUTEBOL, 2005).
4.7.3. Desenho do Sistema Holandês
Outra característica apresentada pelo sistema holandês, era a forma como os jogadores faziam as aproximações, movimentos necessários para a troca de passes curtos. Segundo Johann Cruyff e Ruud Krol, o passe curto, de dez metros era o mais importante, juntamente com a movimentação em triângulos, pois segundo eles nesse tipo de movimentação é possível olhar no olho do companheiro e ver aonde vai à bola, sendo assim possível antever a jogada (CRUYFF, 1974).
A este futebol ficou conhecido como “Futebol Total” por exigir dos jogadores uma gama de qualidades no qual a maior delas, segundo o próprio Rinus Michels era a inteligência. Segundo eles oito dos seus onze jogadores possuíam uma inteligência acima da média, o que os possibilitava perceber e corrigir erros durante o jogo, em questão de segundos, improvisando e decidindo tudo rapidamente. Todos atacavam e todos defendiam, eis daí o termo Futebol Total.
4.7.9. O 4.3.3 Clássico e o 4.3.3 Moderno
Após o aparecimento oficial do 4.3.3 em 1962, com a seleção brasileira na copa do mundo do Chile, ocorreram diversas modificações no funcionamento dos sistemas e modelos de jogo das equipes e seleções de alto nível. Portanto o 4.3.3 que pareceu em 1962, não é o mesmo 4.3.3 que a seleção holandesa utilizou em 1974, dentre os dois sistemas podemos identificar as seguintes mudanças segundo Drubscky (2003):
Componente Tático:
Componente Físico:
Componente Técnico:
Componente Psicológico:
Cruyff (1974) cita:
"Nos primeiros dez dias fomos exigidos em fortes treinamentos. Michels nos fez correr, correr e correr, dar voltas e mais voltas, até um total de duas horas pela manhã e outro tanto de tarde, o que nos parecia exageradíssimo, tendo em conta que o ideal era treinar duramente no princípio, para depois ir fazendo decair o ritmo, mas que não teríamos tempo o suficiente para treinar forte (CRYFF, 1974 p. 33)."
Após essa seqüência de treinamentos a seleção holandesa fez uma série de amistosos e jogos-treino, onde em nenhum deles obteve um resultado satisfatório, com exceção de uma partida contra a Argentina, fora este todos os jogos foram muito ruins.
"Nos primeiros dez dias fomos exigidos em fortes treinamentos. Michels nos fez correr, correr e correr, dar voltas e mais voltas, até um total de duas horas pela manhã e outro tanto de tarde, o que nos parecia exageradíssimo, tendo em conta que o ideal era treinar duramente no princípio, para depois ir fazendo decair o ritmo, mas que não teríamos tempo o suficiente para treinar forte (CRYFF, 1974 p. 33)."
Após essa seqüência de treinamentos a seleção holandesa fez uma série de amistosos e jogos-treino, onde em nenhum deles obteve um resultado satisfatório, com exceção de uma partida contra a Argentina, fora este todos os jogos foram muito ruins.
Michels e os jogadores, mesmo com os maus resultados sabiam os motivos. Primeiro, haviam treinado muito forte, e a força lhes fugia, e o fator mais importante: historicamente as equipes holandesas não tinham uma tradição respeitável, e a cada partida boa que faziam, correspondia a cinco ruins e eles sabiam disso, e chegaram à conclusão de que isso acontecia devido ao culto excessivo que os jogadores tinham em seus clubes de origem, a seleção era formada por cinco jogadores do Ajax, e mais quatro ou cinco jogadores do Feyjenord. Ambos jogavam em modelos diferentes e os atletas do Ajax não queriam aceitar o modelo do Feyjenord, nem estes o modelo de jogo do Ajax.
Então, segundo Cruyff (1974, p.34), “Michels reuniu os jogadores e disse qual ia ser a tática utilizada e quem estivesse de acordo e disposto a jogar conforme a sua tática podia permanecer na seleção, quem não estivesse poderia arrumar as malas e ir para a casa”. Os jogadores pensaram, e com a liderança de Cruyff, conseguiram formar um grupo voltado ao trabalho em equipe, onde o lema era ajudar o companheiro sempre que este precisasse. Na verdade esta cultura sempre esteve presente no sistema socio-econômico holandês.
Cruyff (1974) cita:
"A cabo de uma semana, perguntei aos companheiros, um por um, se aceitavam (a filosofia de Michels). E logo lhes explicava que, se aceitavam, tinha que ser com dedicação total, com espírito de colaboração e de luta, com moral de vitória, com mentalidade voltada para o trabalho que tínhamos por fazer. “Aquele que não está conosco, está contra nós”. Assim começou a se forjar o espírito do time, foram-se contornando as pequenas questões, e logo estávamos todos muito compenetrados e ansiosos de que tudo nos saísse na medida dos nossos desejos (CRUYFF, 1974 p. 34)."
E assim foi construído o espírito da equipe holandesa, segundo Cruyff (1974), uma equipe que estreou dia 15 de Junho, contra o Uruguai, em Hanôver, jogando um futebol novo, na equipe havia muitos homens jogando pela primeira vez nas posições, muitos improvisos, jogadores nervosos, mas ao entrar em campo conseguiram combinar com perfeição e jogaram um belo futebol, com uma movimentação intensa e inúmeras oportunidades de gol. A Holanda acabou vencendo por 2 x 0, mas deixou a impressão de que ali nascia uma nova concepção de jogo.
O curioso é que segundo o próprio Michels, em entrevista e um documentário sobre futebol, afirma que o Futebol Total, marca registrada de sua equipe talvez já fosse aplicado por seleções como a da Áustria, o Wunderteam e a Hungria de 1954. (HISTÓRIA DO FUTEBOL, 2005).
4.7.4. Funcionamento
O fato é que esta seleção holandesa inventou uma nova maneira de jogar futebol, até então nunca vista, havia sim um pequeno rabisco deste estilo de jogo que foi desenvolvido pela seleção brasileira em 1970. Um time que jogava um futebol vistoso, entre toques rápidos e contra ataques, com bastante movimentação, mas a equipe holandesa elevou este estilo de jogo a sua cultura, uma cultura ofensiva de seu treinador. A equipe apresentava uma movimentação espantosa, em que poucos eram os jogadores que não apareciam para dar opções de passe, os jogadores não guardavam uma posição fixa como o de costume até então (especialização de posição), era comum ver o lateral esquerdo Krol no meio da área, ou Cruyff atuando na linha de defesa, era uma equipe polivalente, atacava em conjunto, e defendia também em conjunto.
Embora haja diversas versões para o sistema de jogo, o mais certo segundo Tostão (1997) é que a Holanda jogava em um 4.3.3 no qual as linhas atuavam bem perto uma da outra, no qual Cruyff ocupava a posição de atacante central, jogavam também com pontas bem abertos, costumavam também atuar avançados, pois segundo Rud Krol,lateral e um dos líderes desta seleção, era mais inteligente jogar no campo do adversário, pois só se corria 30, 40 metros, sendo que se tivesse que jogar o campo todo teria que se correr 70, 90 metros o que naturalmente cansaria mais, escola que perdura até os dias de hoje na Holanda. Mas isto era apenas um mero posicionamento, quando a bola rolava os jogadores se movimentavam e cobriam espaços deixados pelos companheiros, e isto deixava as defesas adversárias constantemente em apuros, ou em inferioridade numérica contra os holandeses.
4.7.5. O Pressing
Uma das principais características da seleção holandesa, era a forma como roubava a bola dos adversários. A equipe se compactava de tal modo que não dava espaços para o adversário jogar, e este era o pensamento do “Futebol Força” criado pela Inglaterra em 1966. Essa marcação foi chamada de Pressing, ou simplesmente Pressão, os jogadores adversário que recebiam a bola eram sempre pressionados por diversos holandeses, e quando estes roubavam a bola saiam rapidamente com o objetivo simples de fazer o gol, com toques curtos ou lançamentos, procurando fazer sempre ultrapassagens entre linhas do adversário, princípio que até hoje cultivam, e pode ser visto por exemplo no FC Barcelona dos dias atuais.
4.7.6. Triangulações
Outra característica apresentada pelo sistema holandês, era a forma como os jogadores faziam as aproximações, movimentos necessários para a troca de passes curtos. Segundo Johann Cruyff e Ruud Krol, o passe curto, de dez metros era o mais importante, juntamente com a movimentação em triângulos, pois segundo eles nesse tipo de movimentação é possível olhar no olho do companheiro e ver aonde vai à bola, sendo assim possível antever a jogada (CRUYFF, 1974).
4.7.8. O Futebol Total
A este futebol ficou conhecido como “Futebol Total” por exigir dos jogadores uma gama de qualidades no qual a maior delas, segundo o próprio Rinus Michels era a inteligência. Segundo eles oito dos seus onze jogadores possuíam uma inteligência acima da média, o que os possibilitava perceber e corrigir erros durante o jogo, em questão de segundos, improvisando e decidindo tudo rapidamente. Todos atacavam e todos defendiam, eis daí o termo Futebol Total.
O Futebol Total nasceu de uma junção do Futebol Força, jogado pelos europeus, e o Futebol Arte, jogado pelos sul-americanos, mas com um maior objetivo de vencer, deixando de lado dribles desnecessários e a falta de objetividade. É certo que este estilo de jogo influenciou o mundo todo, os jogadores começaram a ter uma maior polivalência de posições, a movimentação aumentou muito, buscando em outros esportes adquirindo ate características, como o Futsal e o Basquete, pois ao mesmo tempo em que os espaços em campo diminuíram muito com o aumento da capacidade de marcação, resultado de uma preparação física que permitia marcar e jogar, a única forma encontrada para ultrapassar esta barreira era a movimentação, a triangulação, o que a seleção holandesa executou com extrema eficiência. Essa movimentação na verdade foi uma resposta ao encurtamento de espaço oferecido pelo então Futebol Força, que tinha primeiro como objetivo não deixar jogar, para depois se preocupar em atacar e construir jogadas ofensivas.
Este estilo de jogo nunca mais foi repetido, (até o Dream Team do FC Barcelona dos anos 80/90 e u atual time do clube, treinado por Joseph Guardiola, que apresenta muitos traços desta equipe), talvez por nenhuma equipe após o fato ter contado com jogadores tão inteligentes, mas a influência causada pelos holandeses, e a escola criada a partir dali, esta sim, dura até os dias de hoje, e sempre terá influencia sobre a evolução do futebol. Michels em entrevistas diversas inúmeras vezes que um dos fatores determinantes dentro do sistema de jogo holandês e da filosofia proposta era a inteligência de seus jogadores, segundo ele oito ao menos de seus onze titulares tinham um QI acima da média, o que facilitava em muito o entendimento das movimentações e ocupações de espaço utilizado pela Holanda (ZERO HORA, 2003).
4.7.9. O 4.3.3 Clássico e o 4.3.3 Moderno
Após o aparecimento oficial do 4.3.3 em 1962, com a seleção brasileira na copa do mundo do Chile, ocorreram diversas modificações no funcionamento dos sistemas e modelos de jogo das equipes e seleções de alto nível. Portanto o 4.3.3 que pareceu em 1962, não é o mesmo 4.3.3 que a seleção holandesa utilizou em 1974, dentre os dois sistemas podemos identificar as seguintes mudanças segundo Drubscky (2003):
4.7.10. Aplicação Prática
Na Figura 34 podemos identificar perfeitamente as linhas do sistema 4.3.3, com uma linha defensiva de quatro jogadores, uma linha média com três, e na frente uma linha com mais três jogadores (na foto não aparece o Ponta Esquerda). Esta e a configuração do sistema de jogo 4.3.3 Moderno, e também era a do 4.3.3 Clássico.
4.7.11. Evolução
Componente Tático:
• Desenvolvimento da Pressão ou Pressing, consequente aumento da capacidade física de resistir a uma maior intensidade de jogo;
• Futebol Total = Todos Atacam e todos defendem;
• Intensidade maior nas ultrapassagens e infiltrações;
• Utilização dos espaços vazios para futuras ocupações;
•Criação de superioridade numérica na zona da bola;
•Criação de superioridade numérica na zona da bola;
• Infiltrações de todos os lados, todos os jogadores eram homens surpresa, com algumas estruturas fixas;
• Abertura do jogo em amplitude e profundidade, em imagens e vídeos da seleção holandesa percebe-se sempre jogadores bem abertos para dar opção de passe, e situações de retirada da pressão;
Componente Físico:
• Maior resistência, devido à maior intensidade nas movimentações e ultrapassagens.
• Jogadores de diferentes biotipos, alguns altos, outros baixos, mais adaptados a funções variadas, mas menos fortes que os do Futebol força.
Componente Técnico:
• Jogadores menos virtuosos, mas mais eficientes tecnicamente, com muito senso de precisão;
• Passes curtos, com menos de 10 metros davam ênfase ao modelo de jogo;
• Viradas de bola constantes;
• Bolas por cima da defesa em diagonal, buscando jogadores que entravam pelas costas da defesa;
Componente Psicológico:
• Maior valorização do espírito de grupo, muito mais coletividade;
• Ajuda mútua dentro da equipe, maior solidariedade.
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Grande abraço
Luis Esteves
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