Acredito que consegui corrigir o erro de configuração que estava me atrapalhando no blog.
Então iniciarei a semana de treinos, seguindo o que havia dito, vou reproduzir uma semana de treino com imagens do FC Porto- categoria Junior, que tinha na época José Guilherme Oliveira como treinador. Este é um dos treinadores que representam a Periodização Tática hoje a n´vel competitivo e acadêmico, ao qual acredito que seja uma das melhores referências para os treinadores que querem entender a Perodização Tática no contexto da sua operacionalização.
Para relembrar, existe um morfociclo padrão, ele é adaptável a quantidade de jogos, vamos usar o padrão para 1 jogo em cada fim de semana. Esta semana começa na segunda, pois o jogo será no sábado, portanto segue a dinãmica Segunda, Terça, Quarta, Quinta e Sexta como dias de treino. Em uma semana normal se treinaria de terça a sábado, para jogar Domingo.
Relembrando a configuração do dia: Sub-princípios e Micro-Princípios através de dinãmica de recuperação ativa.
Através da recuperação ativa psicológica e emocional, com situações de curta duração, baixa complexidade e bastante intervalos de recuperação ativa, com alongamentos e hidratação por exemplo.
Exemplo de sessão de treino:
TREINO 1: 13/03/06 – SEGUNDA FEIRA
Narração: Bruno Pivetti
Devido ao jogo no Sábado (11/03/06), o treino deste dia foi de carácter recuperativo, ou seja, seguida a recuperação passiva realizada no Domingo, no dia de hoje objectivou-se recuperar os atletas de forma activa em especificidade (em contexto táctico).
Foram observados exercícios de complexidade de baixa a moderada, sem no entanto, deixar a perspectiva de modelo de jogo do treinador em segundo plano, obedecendo a lógica da alternância horizontal em especificidade. Desde já observamos a execução do modo de treino intitulado “Periodização Táctica”, uma vez que os jogadores foram sempre incentivados a pensar o jogo de forma colectiva e a organização da equipa em terreno de jogo era uma constante observada nas actividades.
Em suma podemos dizer que os jogadores pareciam descobrir uma forma própria de jogar, sendo no fundo guiados pelo modelo e princípios de jogo previamente elaborado pelo treinador. Sendo assim, depreendemos uma hierarquização dos princípios e sub princípios de jogo, uma progressão complexa específica do que o treinador almejava para equipa.
O treino começou pontualmente às 16 horas e terminou de forma efectiva às 17 horas e 16 minutos. Sendo que a parte final foi conduzida até às 17 horas e 30 minutos. O local onde se deu esta unidade de treino foi no relvado sintético. O treino foi formado por 19 jogadores, sendo dois guarda-redes. Os guarda-redes realizaram o treino táctico técnico em conjunto com os demais jogadores, só no treino de finalização é que diferenciaram-se em função dos atletas de linha. Dois jogadores treinaram em separado devido a lesões.
Aquecimento:
O aquecimento teve duração de dez minutos no total e foi conduzido pelo treinador adjunto Raul. Enquanto os jogadores se aqueciam o treinador permaneceu na linha da intermediária acompanhado por dois outros treinadores adjuntos.
Exercícios:
• Corrida descontraída a volta da grande área;
• Alongamento dinâmico dos membros inferiores (elevação dos membros inferiores com rotação interna – dois para um lado e dois para outro);
• Corrida lateral (dois para um lado e dois para outro);
• Corrida de costas;
• Corrida em zig-zag.
Obs: As trocas de exercícios eram realizadas em resposta a um estímulo sonoro (palmas).
Flexibilidade:
Os exercícios de flexibilidade foram propostos por Raul e a execução dos mesmos teve duração de aproximadamente 3 minutos. A realização do alongamento estático tinha duração de 20 a 30 segundos por exercício.
Grupo muscular alongado:
• Posterior de coxa (membros em total abdução com as mãos tocando se possível o solo através de uma flexão de tronco);
• Tríceps sural e posterior de coxa (perna estendida e pés em dorsiflexão acentuada; mão correspondente à perna estendida segurava o pé em flexão dorsal; a outra perna se encontrava semi-flexionada);
• Abdutores e Adutores;
• Quadríceps (contacto de um joelho com solo; outra perna em posicionada em 90º fémur-tíbia, com os pés apoiados no chão; a mão segurava o pé correspondente a perna que tinha a articulação do joelho apoiada no chão).
Orientação do treino:
Dados introdutórios e explicações sobre o conteúdo do treino expostos pelo Professor José Guilherme aos jogadores.
Primeiro Exercício:
Objectivos: treinar recepção e passe. A recepção era efectuada de forma a dinamizar o serviço do passe (os jogadores recebiam já direccionando a bola para execução do passe).
O exercício era realizado em dois losangos dispostos ao longo de meio campo de jogo. A demarcação foi efectuada através de discos laranjas e azuis. Em cada estação (formada por um disco) ficavam dois jogadores. Os passes eram executados para a estação disposta em diagonal e o jogador que recebia a bola, dinamicamente realizava o passe para a estação diagonal seguinte. A ordem do losango foi seguida no sentido horário e anti horário.
Segundo Exercício:
A ideia desta actividade era a mesma da primeira, diferenciando-se pelo aumento do grau de dificuldade e complexidade. Houve uma interrupção por parte do treinador que não admitia os erros iniciais (dificuldade de assimilação) observados por parte dos jogadores. Uma cobrança por qualidade e atenção foi efectuada.
Agora o jogador 1 passava a bola para o companheiro disposto na estação diagonal esquerda (jogador 2), estes ajeitavam a bola ao centro para o jogador 1. Então um passe era efectuado ao jogador (3) disposto na ponta extrema do losango, este passava para a estação diagonal esquerda e o jogador 4 finalmente enviava a bola, através de um passe longo, para o jogador posicionado na ponta extrema do losango posicionado ao lado.
• Posterior de coxa (membros em total abdução com as mãos tocando se possível o solo através de uma flexão de tronco);
• Tríceps sural e posterior de coxa (perna estendida e pés em dorsiflexão acentuada; mão correspondente à perna estendida segurava o pé em flexão dorsal; a outra perna se encontrava semi-flexionada);
Novas instruções:
Circulo de jogadores ao centro do gramado.
Aumento maior da complexidade. Exercício de carácter abrangente, trabalho de passes, recepções, jogo em profundidade pelas laterais, cruzamento e finalização. Trabalho do sincronismo da equipa, guia para o funcionamento colectivo da mesma.
Quarto Exercício:
Objectivo semelhante ao primeiro, porém, agora, via-se uma entrada pelos centrais e estes realizavam passes directamente para os médios ou pivôs. Era função dos jogadores analisarem a melhor opção e executarem a solução motriz segundo a estratégia definida pelo mesmo. O treinador aqui estabeleceu um certo grau de liberdade aos jogadores, para que estes pudessem desenvolver não só o tempo de realização de um determinado gesto, como também a tomada de consciência e decisão para a realização do mesmo. Podemos dizer que os jogadores descobrem por si só a maneira de se jogar para a equipa, através de uma descoberta guiada pelos princípios de jogo e treino do treinador.
Pausa no treino e troca de baliza (treino de flexibilidade):
Enquanto os jogadores, orientados por Raul, realizam nova sessão de flexibilidade, o Prof. José Guilherme prepara novo exercício. Nova orientação.
Quinto Exercício:
Exercício de carácter de organização ofensiva, incluindo cruzamentos curtos e finalizações há curtas distâncias da baliza. Dois jogadores permaneciam dispostos na lateral do campo na altura da grande área. Um realizava passe para o outro e este executava um cruzamento para área. Três jogadores entravam na área para finalizar, um na primeira baliza, um na segunda e um pelo centro. Em um primeiro momento os cruzamentos eram executados ao chão e em um segundo momento a trajectória da bola era aérea.
Podia-se observar a execução de corta-luz, rebotes dos guarda-redes, e muitas outras estratégias de finalização. O modo como se finalizava era particular em cada caso. Cabia os jogadores se comunicarem e acharem o melhor modo de arremate à baliza. Houve três trocas entre a dupla de jogadores que preparava os cruzamentos, demonstrando uma variação de função.
Treino de flexibilidade. Execução de alongamentos passivos, através do auxílio dos companheiros. Trabalho de abdominal (recto e oblíquo) e de lombar. Alguns jogadores também executaram flexão de braço.
OBSERVAÇÕES - Luis Esteves:
- Neste dia os exercícios são de curta duração de 3 a 5 minutos em média, com intervalos de recuperação relativamente iguais ao tempo de execução, com alongamento ou hidratação. recuperação fisiológica e Mental, esta mais lenta, só estará relativamente recuperada pela quarta-feira (no caso deste morfociclo que iniciou segunda).
- Nota-se a falta de oposição nos exercícios, a progressão de situações relaticas a circulação curta em losango, a aquisição do hábito do jogo de aproximações com passes curtos frontais e diagonais, situações relacionadas a exercícios quase analíticos para a melhora gestual de finalização, passes, domínios, etc, com ganhos de confiança sem a complexidade do adversário.
- Alguns exercícios, coloquei o desenho de forma não idêntica ao proposto, pois vai muito da interpretação e do que eu pretendo para o exercício, porém todos são direcionados a mesma situação.
- Todo o texto relatado por Bruno Pivetti.
_________
Abraço
Luis Esteves
la_futeboll@hotmail.com
PIVETTI, Bruno Marques Fernandes; RELATÓRIO DE ESTÁGIO NOS JUNIORES DO FC PORTO - ESCALÃO SUB 20-A - Ministrado pelo treinador José Guilherme Oliveira. Porto - Portugal. 2006.
OBSERVAÇÕES - Luis Esteves:
- Neste dia os exercícios são de curta duração de 3 a 5 minutos em média, com intervalos de recuperação relativamente iguais ao tempo de execução, com alongamento ou hidratação. recuperação fisiológica e Mental, esta mais lenta, só estará relativamente recuperada pela quarta-feira (no caso deste morfociclo que iniciou segunda).
- Nota-se a falta de oposição nos exercícios, a progressão de situações relaticas a circulação curta em losango, a aquisição do hábito do jogo de aproximações com passes curtos frontais e diagonais, situações relacionadas a exercícios quase analíticos para a melhora gestual de finalização, passes, domínios, etc, com ganhos de confiança sem a complexidade do adversário.
- Alguns exercícios, coloquei o desenho de forma não idêntica ao proposto, pois vai muito da interpretação e do que eu pretendo para o exercício, porém todos são direcionados a mesma situação.
- Todo o texto relatado por Bruno Pivetti.
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Abraço
Luis Esteves
la_futeboll@hotmail.com
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIGA
PIVETTI, Bruno Marques Fernandes; RELATÓRIO DE ESTÁGIO NOS JUNIORES DO FC PORTO - ESCALÃO SUB 20-A - Ministrado pelo treinador José Guilherme Oliveira. Porto - Portugal. 2006.
2 comentários:
Professor, esta sendo muito positiva essa "serie" de posts relacionados a vivencia da P.Tatica, continuarei acompanhando...
Um abraco!
Valeu Professor
um grande abraço
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