terça-feira, 26 de abril de 2011

MECANISMO PARA O DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO ESPECÍFICO

“El mejor constructor de un estilo de juego es el tiempo.”
Jorge Valdano


E.C.Cruzeiro 1 x 0 Rui Barbosa - Copa Colinas de Futebol - 2010 - Colinas RS
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Vídeo editado pelo professor Julian Tobar, desculpe a repetitividade, mas esta foi a única filmagem desta equipe no ano.
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Em 2010 , na categoria sub 14 do EC Cruzeiro, tivemos a possibilidade de realizar um trabalho de formação de um modelo de jogo específico, pelos elementos que davam corpo ao contexto em que nos encontrávamos, e conseguimos assim desenvolver ideias bem definidas sobre o que queríamos da equipe, e consequentemente geramos uma cultura muito boa, um desenvolvimento cognitivo muito forte nos jogadores desta equipe, principalmente nos que conseguiram acompanhar a maior parte do trabalho.

Gostaria inclusive de citar os professores Diego Gomes, Julian Tobar, Diego Salomoni, Marcelo Schimitt e Marcos Zambiase num primeiro momento, e depois o professor Toco Cordeiro acabou entrando também na comissão, pessoas que ajudaram muito neste processo.

Porém, o importante é que desenvolvemos um mecanismo de aprimoramento dos conhecimentos do jogador sobre o modelo, utilizando uma espécie de entrevista pós-jogo, em que dois fatores eram levados em consideração:

1 - A noção de fadiga mental e física;
2 - A noção de acertos e erros sobre nosso modelo;

A ENTREVISTA
Modelo preenchido pelo professor Marcos Zambiasi


Dados observados:

1 - ORGANIZAÇÃO OFENSIVA
2 - TRANSIÇÃO DEFENSIVA
3 - ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA
4 - TRANSIÇÃO OFENSIVA
5 - FADIGA MENTAL
6 - FADIGA FÍSICA

OS DADOS

Após isso os dados eram lidos, e começávamos a ter uma melhor noção sobre o conhecimento específico de cada um, além de verificar quais as principais dificuldades sentidas pelos jogadores e colocar estes temas na semana seguinte de trabalho, juntamente com a avaliação que nós da comissão fazíamos.

Inicialmente os depoimentos eram muito ruins, muitas vezes os depoimentos se contradiziam, ou as vezes nem existiam pela falta de consciência. A maior parte dos jogadores não conseguia diferenciar nem o momento em que falávamos, muitos diziam que a equipe estava com a bola em organização defensiva, e esta foi uma primeira fase em que tivemos que explicar muitos conceitos aos jogadores, é fundamental a paciência para realizar esta tarefa, além do treino que é o mais importante.


CONCLUSÃO

Minha experiência fazendo este tipo de entrevista me fez acreditar que este é um ótimo mecanismo de aquisição de conhecimento teórico do jogador, é o momento de falar sobre o "saber sobre o saber fazer" é uma conversa individual em que possibilita uma maior aproximação entre comissão e jogador, um esclarecimento de dúvidas e uma percepção do nível de conhecimento do jogador, como diz o professor frade, é o momento do ensino, não do treino.

Tivemos possibilidade de entrar em assuntos diversos, em todas as dimensões, esclarecer pontos, gerar novos caminhos, e fundamentalmente verificar se nossos jogadores conseguiam ou não enxergar o que acontecia, da uma forma semelhante a nossa, e se conseguiam saber o porquê as coisas aconteciam, e dentro desta lógica criar uma linguagem única nossa, da equipe. O interessante era ver como cada um desenvolvia uma tendência maior para determinado tema, tínhamos um jogador que se apegou a ideia dos 3 segundos para a recompactação, então em cada transição defensiva gritava "3 segundos, 3 segundos" e o resto da equipe, que não falava isso, sabia que, em 3 segundos deveriam estar repostos em suas posições de forma fechada.

Lógico que este tipo de comportamento não surge só com o ensino, precisa ser treinado de preferência todos os dias, de forma contínua e fragmentada.

É muito interessante a resposta, o único ponto ruim é o tempo, muitas vezes em jogos em casa o jogo terminava e não conseguíamos pegar a entrevista de todos, ou alguns falavam rápido para poder ir embora, coisas do tipo, já em jogos fora, em que tínhamos viagens longas, era mais tranquilo.

Uma possibilidade é criar uma pequena folha (metade de uma folha de ofício) e dar para o jogador levar para casa e preencher, entregando no p´roximo treino, em jogos em que não há tempo para a entrevista.


Grande abraço
Luis Esteves



Um comentário:

FuteB.R.O.N.C.A.! disse...

Excelente o blog, informação de primeira. Já virei seguidor. Aproveito e convido a seguir tb o FuteB.R.O.N.C.A.!

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Saudações!!!