domingo, 11 de abril de 2010

A MONTAGEM DA SEMANA DE TREINAMENTOS - SEXTA-FEIRA

"Nos hemos vuelto a convencer de que
el camino es ayudarnos unos a otros.
Hay mucho esfuerzo y mucha gente
detrás del partido de Messi.
Defendemos todos y atacamos todos.
Todos hacemos todo.
 Si hay uno que no defiende no juega,
y si uno no ataca, tampoco"

 Pep Guardiola





TREINO 5: 17/03/06 – SEXTA-FEIRA



POSTAGEM FINAL SOBRE A MONTAGEM DA SEMANA DE TREINAMENTOS - COM NARRAÇÃO DE BRUNO PIVETTI:

Dado que no final de semana não haverá jogo, o treino de hoje foi um misto de tensão e velocidade de contracção específicas. Em um microciclo semanal padrão, o treino de hoje deveria estar condicionado para a recuperação activa em um contexto de introdução à competição, porém como haveria folga ao fim de semana, o trabalho foi em regime de esforço elevado, primando para os esforços que requerem uma alta tensão e velocidade de contracção muscular.


Os exercícios foram todos eles focados no regime táctico, no sistema e modelo de jogo proposto pelo treinador. As 16:07 chegaram ao relvado os componentes da comissão técnica e os jogadores.



Aquecimento:

O processo de aquecimento foi dividido em duas partes. A primeira consistiu em uma actividade em que três ou quatro jogadores ficavam dispostos em círculo e estes passavam a bola pelo alto ao companheiro de modo que ninguém poderia deixá-la cair ao chão. O exercício dificultava na medida que o jogador que passava a bola ordenava o número de toques a serem dados pelo companheiro antes deste passar a bola a outro jogador.

Na segunda parte do aquecimento, os jogadores foram divididos em dois grupos e dispostos em duas linhas paralelas, de modo que um ficasse de frente para o outro à distância de cerca de dez metros. Em seguida, Raul Costa conduziu diversos exercícios de aquecimento, como:


• Rotação no plano lateral e medial da articulação coxo-femoral;

• Corrida lateral;

• Deslocamentos em diagonal;

• Acelerações e desacelerações;

• Skipping alto;

• Acelerações com mudança de direcção;

• Corrida de costas.


Flexibilidade:

Neste dia o treino de flexibilidade inicial foi realizado como parte do aquecimento. Os grupos musculares trabalhados foram: adutores, quadríceps, posteriores de coxa e tríceps sural. O aquecimento durou no total cerca de dez minutos.


Observação: Enquanto os jogadores de linha realizavam o aquecimento e o treino de flexibilidade, os guarda-redes faziam exercícios específicos em separado.


Orientação:

Após o aquecimento os jogadores se reuniram com o treinador para que este pudesse dar as instruções a respeito do primeiro exercício executado nesta sessão de treino. Duração: aproximadamente dois minutos.




Primeiro Exercício:





O primeiro exercício era de carácter posicional, ou seja, primava pela organização da equipa em terreno de jogo e a movimentação, as trocas posicionais inerentes a cada jogador. Basicamente foi realizado um 10X1, ou seja, dez jogadores de linha contra o guarda-redes. O plantel de jogadores foi dividido em dois, sendo cada metade disposta em uma metade do campo. O objectivo principal era a aquisição hierarquizada da organização ofensiva em posse de bola que o modelo de jogo do treinador requeria.


Uma equipa foi coordenada por Raul Costa e a outra por Paulinho Santos, sendo função destes proporcionar o feedback a cada jogador pelos erros e acertos cometidos. O professor Guilherme observava as duas equipas realizando incursões verbais relativas ao desempenho dos jogadores. O exercício teve a duração de seis minutos, sendo realizada uma troca de lado de jogo nas equipas, quando se deu três minutos de realização do exercício. Com a virada de campo, o professor Guilherme trocou alguns jogadores de equipa.




Foi sempre incentivada a penetração pelas laterais e finalizações a partir de cruzamentos. A qualidade era sempre requerida pela comissão técnica, e esta incentivava sempre as tomadas de decisão realizadas pela capacidade táctica dos jogadores, desde que a resposta motriz estivesse de acordo com a sistematização de jogo concebida pela equipa. Este determinado exercício pode ser enquadrado como tendo elevada velocidade de contracção muscular, dada a enorme quantidade de mudanças de direcção executadas através das trocas posicionais constantes. A tensão era também elevada porém não era máxima devido a ausência de oponência, fazendo com que o número e a intensidade das contracções excêntricas fossem menores.

Flexibilidade:


Alguns exercícios de alongamento foram propostos durante o tempo de recuperação entre um exercício e outro.

Orientação:


Dada a complexidade do exercício seguinte foram gastos dois minutos para a orientação dos jogadores a cerca do que teriam de realizar. Ainda, o plantel de jogadores foi dividido em três equipas de cinco jogadores.


Segundo Exercício:


Esta actividade pode ser caracterizada como um esforço de alta tensão muscular específica, já que os jogadores que não detinham a posse de bola eram incumbidos de marcar o adversário através da marcação pressão alta e os jogadores em posse eram obrigados a circular a bola de modo que não a perdessem. Sendo assim, foi verificado um alto número de travagens, deslocamentos curtos em alta velocidade, mudanças de direcção, acelerações e desacelerações constantes, o que evidencia o alto número de contracções excêntricas inerentes a este trabalho.

O objectivo do trabalho era a tensão de contracção muscular máxima realizada através de esforços altamente específicos ao contexto de jogo proposto pelo treinador como supra princípio de treino. Deste modo os jogadores foram divididos em três equipas de cinco jogadores que se revezaram no terreno de jogo, sendo que sempre uma estava a descansar enquanto outras duas se confrontavam. O campo de jogo era reduzido formando um rectângulo de cerca de vinte metros de largura por cinquenta metros de comprimento.

As regras de jogo também eram adaptadas, de modo que a equipa que saia com a bola teria de fazer um número mínimo de passes no campo defensivo para poder atacar a meta adversária e a equipa adversária teria que procurar retomar a posse de bola através da marcação pressão alta executada com três jogadores. No caso, se uma equipa retomasse a bola esta poderia reiniciar o jogo em seu campo defensivo tendo agora que realizar o número de toques mínimos para poder atacar. Desta forma, em situação de retomada de posse de bola, haviam três jogadores responsáveis pelo pressing alto zonal, dois jogadores na sobra e um jogador essencialmente fixo no terreno defensivo. Em necessidade de se manter a posse, o jogador fixo atrás tinha a função de distribuir adequadamente o jogo e a equipe jogava aberta de modo a facilitar a circulação de bola e dificultar a acção do adversário aumentando-se o tamanho da zona para se marcar.



O estímulo (um jogo) tinha duração aproximada de dois minutos e as equipas se revezavam em terreno de jogo, sendo que um grupo não fazia mais de dois jogos seguidos. O intervalo entre cada jogo era de trinta segundos. O esforço era bastante intenso do ponto de vista físico, porém podia-se notar o carácter descontínuo desta unidade de treino, dada a necessidade de obedecer a recuperação necessária dos esforços de tensão específica, para a aquisição adequada da força técnica. Foram realizadas cinco séries de jogo e o exercício teve duração total de cerca de quinze minutos.

Recuperação:

Nesta altura os jogadores foram liberados para realizar hidratação, dada as características intensas do trabalho realizado.

Terceiro Exercício:

O exercício consistia em jogo reduzido com uma só baliza a ser objectivada. Assim, uma equipa era responsável em defender a baliza e o outro grupo de jogadores tinha por função marcar golos. O treinador dividiu os atletas em três equipas de seis jogadores. Enquanto duas equipas se confrontavam em terreno de jogo o outro grupo de jogadores descansava, com a excepção de dois jogadores que actuavam como apoio nas laterais do campo.


As funções dos apoios laterais esquerdo e direito era repor rapidamente a bola em jogo e actuar como jogador da equipa que detinha a posse de bola. O treinador sempre intensificava a exigência pela qualidade do passe e circulação constante de bola.

Realizaram-se seis jogos de dois minutos e trinta segundos com trinta segundos de intervalo entre os jogos. As equipas se revezavam em terreno de jogo de modo que o número de jogos consecutivos não fosse nunca superior a dois.
Recuperação:

Nesta altura os jogadores foram liberados para realizar hidratação, dada as características intensas do trabalho realizado.

Quarto Exercício:


O grupo de jogadores foi dividido em duas equipas (azul e verde) de nove jogadores de linha e jogaram em um campo reduzido medindo cerca de quarenta metros de comprimento por trinta metros de largura. As duas balizas eram oficiais e tinham a presença dos guarda-redes para defender a meta. O sistema de jogo utilizado era o 1-4-4-1 com um losango formado no meio de campo. A circulação de bola era sempre preconizada quando a equipa estava em posse da bola e esta sempre jogava de forma aberta com o intuito de aumentar o espaço de marcação do adversário. Agora, em situação de retomada de posse de bola, a equipa se fechava tanto quanto possível e marcava a alta pressão por zona do campo.


O exercício teve a duração de 15 minutos, sendo fragmentado em dois tempos de sete minutos com um minuto de intervalo entre cada tempo de jogo.

OBSERVAÇÕES:
- OCASIONALMENTE ESTA S EMANA DE TREINOS NÃO TEVE JOGOS, POR ISSO A ALTERAÇÃO MORFOLÓGICA DA SEXTA-FEIRA (SÁBADO EM OUTROS MORFOCICLOS), PORTANTO NÃO SEGUIU A LÓGICA DO QUADRO INICIAL.

- INICIALMENTE FOI UTILIZADO UM EXERCÍCIO DE ORGANIZAÇÃO TÁTICA GERAL, COM ÊNFASE EM POSIÇÕES, FUNÇÕES, E OUTROS DETALHES DO MODELO DE JOGO COM PREOCUPAÇÕES COLETIVAS. MAIOR NA DURAÇÃO DA CONTRAÇÃO, E NA RESISTÊNCIA ESPECÍFICA.

- APÓS ISSO HOUVE UM EXERCÍCIO EM QUE A TENSÃO DE CONTRAÇÃO ERA GRANDE, ESPAÇOS REDUZIDOS E SUB-PRINCÍPIOSEN FATIZADOS.

- TERMINANDO COM UM EXERCÍCIO EM QUE A ORGANIZAÇÃO GERAL MAIS UMA VEZ FOI SOLICITADA, PORÉM EM DINÃMICA DE VELOCIDADE ESPECÍFICA.

- PODE-SE DIZER QUE NESTA SESSÃO HOUVERAM PARTICIPAÇÃO DOS 3 DIAS DE PRINCIPAL AQUISIÇÃO, QUARTA = MÉDIA COMPLEXIDADE E FORÇA ESPECÍFICA, QUINTA = PEXIDADE E RESISTENCIA ESPECÍFICA, E SEXTA = BAIXA COMPLEXIDADE E VELOCIDADE ESPECÍFICA DE CONTRAÇÃO.

TERMINA AQUI A SÉRIE DE POSTAGENS SOBRE A MONTAGEM DA SEMANA DE TREINOS, EM BREVE FAÇO OUTRA, DE MINHA PRÓPRIA AUTORIA. O OBJETIVO DESTA SÉRIE DE POSTAGENS FOI O DE DIDATICAMENTE REPASSAR AOS TREINADORES E ESTUDANTES DESTA METODOLOGIA, UM HORIZONTE QO QUAL POSSAM UTILIZAR PARA O PLANEJAMENTO DE SUA SEMANA DE TREINOS, PORÉM, LEMBRO QUE, APENAS COPIAR ISSO E APLICAR, PODERÁ GANHAR ALGUNS JOGOS, MAS DIFICILMENTE SE MANTERÁ EM TERMOS QUALITATIVOS, POIS É PRECISO TER UM MODELO PRÓPRIO, SER CONGRUÊNTE A ELE EM TERMOS DE CRIAÇÃO DE EXERCÍCIOS, E RESPEITAR OS PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS, COM PLANEJAMENTO E FELLING.


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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


PIVETTI, Bruno rques Fernandes; RELATÓRIO DE ESTÁGIO NOS JUNIORES DO FC PORTO - ESCALÃO SUB-19. - Ministrado pelo Professor José Guilherme Oliveira. Porto - PT. 2006.
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Grande Abraço
Luis Esteves
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GERENCIADOR - LA.FUTEBOLL

Aproveitando para responder a pergunta de alguns professores, o programa que utilizo para a criação dos exercícios deste blog, é criado e comercializado por mim. É na verdade uma planilha complexa, composta por diversas funções, dentre elas a criação de exercícios e o arquivamento deles.



Esta é uma das funções do gerenciador, que dentre outras ainda possui:
- Cadastro de atletas por nome e posição;
- Cadastro de profissionais;
- Planilhas de AValiação, Faulkner, Saltos, RAST, VO² dentre outras;
- Relatórios para avaliação de jogo;
- Fichas de atletas, Planilha de Organização de posições, Microciclo, Mesociclo;
- Possibilidade de criação de alguma planilha pessoal - consultar.
Maiorres informações, solicite um PDF informativo pelo e-mail:
Grande Abraço
Luis Esteves

2 comentários:

João Henrique T.L.C disse...

Professor Luis, acompanhei toda serie e para mim foi extremamente rico, tanto para entender melhor a operacionalizacao da P.Tatica como tambem a teoria por tras da Teoria (Periodizacao).
Acredito que vai ser muito bom tambem a serie com a sua vivencia da P.Tatica, porque podemos comparar a sua operacionalizacao com a do professor Guilherme, dois profissionais de paises distintos, com culturas distintas etc.

Um abraco e obrigado!

Luis Esteves disse...

Eu que agradeço João, vc esta sempre participando e isso é muito bom, confesso que tenho como influ~encia grande o José Guilherme, na forma de montagem de treinos e modelo de jogo, admiro o mesmo estilo de futebol que ele portanto sigo passos parecidos, será legal, tenho alguns exercícios que não foram colocados ai, que são interessantes e outros vão surgir.

Grande abraço e continue participando.

Aliás, parabéns pelo seu Blog, acompanho diariamente, vou colocar novas postagens.