Mesmo tendo ficado dois anos a frente do FC Internazionale, o modelo de jogo da Inter nos jogos de alto nível era normalmente um modelo mais rígido, pra não dizer simples. O placar, embora não seja um indicativo claro, nos possibilita ver que a Inter tinha um nível baixo de gols marcados.
COMPLEXIDADE
Vamos então ao conceito para percebermos o que se considera complexo:
" O que é complexidade? A primeira vista é um fenômeno quantitativo, a extrema quantidade de interações e de interferências em um número muito grande de unidades. De fato, todo o sistema auto-organizador (vivo), mesmo o mais simples, combinam um número muito grande de unidades da ordem de bilhões, seja de moléculas numa célula, seja de células no organismo (mais de 10 bilhões de células no cérebro human, mais de 30 bilhões para o organismo).Pela citação de Morin, percebemos então que a complexidade surge das interações dos elementos de um sistema em seus diferentes níveis de organização, porém mais do que isso também a relação destas organizações perante outras organizações, geradores de incertezas e situações aleatórias, que geram uma nova organização, novas relações e interações.
Mas complexidade não compreende apenas quantidades de unidades em interações que desafiam nossa possibilidade de cálculo: ela compreende também incertezas, indeterminações, fenômenos aleatórios. A complexidade em certo sentido sempre tem relação com o acaso."
Morin2007
A COMPLEXIDADE DO MODELO DE JOGO
Torna-se importante então verificar que a complexidade que queremos que o modelo se origine nasce da relação que estabelecemos entre os elementos que compôem determinado sistema. Acredito que muitas variáveis são importantes para que isso seja influenciado, vou tentar citar algumas delas:
1 - Cultura do clube;
2 - Momento do clube;
3 - Jogadores disponíveis;
4 - Estrutura disponível;
5 - Competição a jogar;
6 - Capacidade dos adversários;
7 - Conhecimento do treinador;
8 - Densidade competitiva;
1 - Cultura do clube;
2 - Momento do clube;
3 - Jogadores disponíveis;
4 - Estrutura disponível;
5 - Competição a jogar;
6 - Capacidade dos adversários;
7 - Conhecimento do treinador;
8 - Densidade competitiva;
FC INTERNAZIONALE X FC BARCELONA - 2010
"O guerreiro vence os combates não cometendo erros. Não cometer erros é o que dá a certeza da vitória, pois significa conquistar um inimigo já derrotado".
Sun Tzu
O JOGO
" A rapidez é a essência da guerra. Tire partido da falta de preparação do inimigo, marche por caminhos onde não é esperado e ataque pontos desprotegidos."
Sun Tzu
Em um jogo de equipes deste nível é difícil apontar um favorito. Embora o FC Barcelona tenha entrado com um leve favoritismo pela fase anterior todos sabiam que a Internazionale era melhor do que na 1ª fase e historicamente equipes que vencem antes, normalmente perdem depois.
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Porém o que importa são os modelos em questão e suas complexidades. Ví neste jogo a aposta de José Mourinho em um modelo de jogo muito menos complexo do que suas antigas equipes do FC Porto e do Chelsea. Menos complexa por não valorizar tanto a circulação e a procura pelo passe. 90% das bolas recebidas neste jogo no setor de meio campo eram lançadas verticalmente para Milito.
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Era um automatismo. Nitidamente a função ofensiva de Cambiasso era o lançamento em profundidade para Milito, que de tão acionado aos 24 minutos do 2º tempo já acusava cãibras, acho que este foi um dos pontos de desequilíbrio embora os passes fundamentais terem sido no 2º e 3º gol de Pandev e Motta. Acho que a função ofensiva de Cambiasso foi fundamental e não teve a procupação do Barcelona em anular este detalhe, derrepente por não ter tempo para isso já que os lances eram de extrema velocidade.
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José Mourinho sempre disse que suas equipes possuem transições muito fortes, e de fato esse para mim foi o ponto fundamental do Modelo da Internazionale, as transições. Foi até abaixo da média do alto nível europeu a "quantidade" de circulação de Inter (quantidade máxima de 6 passes, contra lances de 23 passes do Barcelona), porém a qualidade foi fundamental no resultado.
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ESTRATÉGIA DO JOGO - PRINCÍPIOS ESTRATÉGICOS DA ARTE DA GUERRA
"O guerreiro inteligente impõe a sua vontade ao inimigo, porém não permite que ele lhe imponha a sua. Mantendo a vantagem sobre ele, pode levar o inimigo a um acordo, ou, infligindo perdas, pode tornar impossível o inimigo chegar perto. No primeiro caso, você deve atraí-lo com um engodo; no segundo caso, deve atacar num ponto importante, que o inimigo será obrigado a defender."Sun Tzu
Estratégicamente também a Inter foi perfeita, outro ponto fundamental do modelo de Mourinho. Uma simples ocupação de espaço originada por Sneijder nas costas de Daniel Alves gerou dois gols. Qualquer analista de jogo percebe que Daniel Alves é um Foco de organização ofensiva do Barcelona, Pedro abre o espaço entrando em diagonal pelo meio e Daniel entra como um ponta. Pandev anulou isso e seu desgaste era nítido quando saiu para entrar Stankovic. Pandev anulava a subida de Daniel pressionando-o e evitandio que recebesse bolas em profundidade, coisa que o Barcelona não teve nesse jogo, bolas em profundidade.
A Transição defensiva da Inter retirava a profundidade do Barcelona e obrigava-o a circular a bola para zonas favoráveis, é o controle do jogo. Ao mesmo tempo com bola Sneijder ocupava as costas de Daniel, ficando muitas vezes 2x1 nesta zona, o primeiro gol da Inter foi assim, uma indefinição de Daniel Alves que saiu de posição para acompanhar Pandev acabou deixando Sneijder livre. Não foi coincidência.
"O guerreiro inteligente procura o efeito da energia combinada e não exige muito dos indivíduos. Leva em conta o talento de cada um e utiliza cada homem de acordo com sua capacidade. Não exige perfeição dos sem talento".Sun Tzu
Estratégicamente a Inter foi muito superior, até porque o FC Barcelona não parece ter essa preocupação, sabem os pontos fortes do adversário, lógico, não consigo ver uma equipe de top sem esse elemento, mas, acredito que a crença no próprio modelo é tanta que não se adaptam a nada.
.O Barcelona fez seu jogo de sempre, o jogo que encanta muita gente hoje, inclusive eu. Porém era nítido a dificuldade em ser preciso em determinados momentos, parecia que os jogadores exitavam, talvez pela importância do jogo, ou talvez não. Mais uma vez acredito que foi uma questão estratégica:
Guardiola em entrevista a UEFA após o jogo declarou:
Josep Guardiola, treinador do Barcelona
"Não temos desculpas. Eles procuraram sempre aparecer nas nossas costas e têm avançados muito rápidos. Jogaram no seu estilo, enquanto nós não fomos tão eficazes quanto noutros encontros. O relvado fazia com que a bola corresse muito rápida e demos o nosso melhor. Eles não facilitaram em nada a nossa missão.
Apesar de termos aberto o activo não fomos suficientemente eficientes na primeira parte. Claro que tivemos uma longa viagem, mas a vontade de chegar à final supera tudo. Temos uma nova hipótese no jogo da segunda mão e vamos dar tudo que temos. Vamos tentar jogar ao ataque como é nosso hábito em casa e trocar a bola com maior velocidade do que fizemos neste jogo."
Ou seja, acredito que Mourinho condicionou a circulação do Barcelona a um jogo mais lento do que o normal, exatamente pela velocidade que o gramado imprimia a bola. Os passes então acabavam por ser mais lentos, o primeiro toque na bola em gramados molhados é mais dificil, necessita de maior atenção, atenção essa retirada do próximo pensamento, do próximo passe, dando maior tempo a recompactação da Inter e até mesmo aos mecanismos de dobra, principalmente em Messi. Para o Barcelona isso pesou muito.
XAVI
Xavi é o termómetro do risco do Barcelona. E quando Iniesta não joga acaba sendo ainda mais. Sem seus passes em profundidade o Barcelona acaba dependendo demais do jogo combinado em tabelas em frente a área, coisa que nesse jogo dificilmente iria acontecer, pois a inter controlava o Barcelona, que por sua vez tinha um dominio superficial, mas tinha.
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Xavi é o termómetro do risco do Barcelona. E quando Iniesta não joga acaba sendo ainda mais. Sem seus passes em profundidade o Barcelona acaba dependendo demais do jogo combinado em tabelas em frente a área, coisa que nesse jogo dificilmente iria acontecer, pois a inter controlava o Barcelona, que por sua vez tinha um dominio superficial, mas tinha.
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MESSI
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Teve que sair do bloco da Inter, e acabou ficando longe do gol. O bloco do FC Internazionale foi tão coeso que acabou expelindo Messi e Xavi, e fizeram com que os dois acabassem jogando praticamente na linha do Busquets.
Quando Messi conseguia receber a bola dentro do espaço interior da Inter ou pelos lados, a marcação era sem tentativas de desarme em 1x1, normalmente Zanetti (Pelos lados) ou Cambiasso e Motta (pelo meio) acabavam sempre levando vantagem pois no momento em que um cercava, outro imediatamente fazia uma dobra por tráz, e uma segunda dobra surgia pelas costas de Messi, normalmente com Eto´o ou Sneijder muitas vezes.
Em resumo a bola era espantada e não roubada de Messi.
MILITO
É repetitivo, mas acredito ser fundamental citar a utilização de Milito de uma forma adequada. Se Milito jogasse no Barcelona, talvez fosse reserva pois é um atacante com dificuldades no 1º toque, porém, é um artilheiro nato. Neste jogo em especial teve uma atuação fora do normal em termos de mobilidade. Durante todo o jogo foi acionado, ora em lançamentos em profundidade, ora em tiros de meta onde notodamente era a referência de primeira bola. Saiu para a entrada de Baloteli que modificou a caracteristica do ataque, que passou a reter mais a bola, acredito que esta substituição já era prevista.
SNEIJDER
Melhor jogador da Liga dos Campeões mais uma vez foi fundamental, porém de uma forma diferente, já que normalmente era ele que dava as assistências a Milito e Eto´o. Neste jogo foi um atacante, e Cambiasso ficou com a responsabilidade de dar os passes em profundidade.
CAMBIASSO
Quando Messi conseguia receber a bola dentro do espaço interior da Inter ou pelos lados, a marcação era sem tentativas de desarme em 1x1, normalmente Zanetti (Pelos lados) ou Cambiasso e Motta (pelo meio) acabavam sempre levando vantagem pois no momento em que um cercava, outro imediatamente fazia uma dobra por tráz, e uma segunda dobra surgia pelas costas de Messi, normalmente com Eto´o ou Sneijder muitas vezes.
Em resumo a bola era espantada e não roubada de Messi.
MILITO
É repetitivo, mas acredito ser fundamental citar a utilização de Milito de uma forma adequada. Se Milito jogasse no Barcelona, talvez fosse reserva pois é um atacante com dificuldades no 1º toque, porém, é um artilheiro nato. Neste jogo em especial teve uma atuação fora do normal em termos de mobilidade. Durante todo o jogo foi acionado, ora em lançamentos em profundidade, ora em tiros de meta onde notodamente era a referência de primeira bola. Saiu para a entrada de Baloteli que modificou a caracteristica do ataque, que passou a reter mais a bola, acredito que esta substituição já era prevista.
SNEIJDER
Melhor jogador da Liga dos Campeões mais uma vez foi fundamental, porém de uma forma diferente, já que normalmente era ele que dava as assistências a Milito e Eto´o. Neste jogo foi um atacante, e Cambiasso ficou com a responsabilidade de dar os passes em profundidade.
CAMBIASSO
Fundamental junto com Motta e depois Stankovic em primeiro evitar os passes verticais do Barcelona, o que acabou afastando a circulação dos mesmos próximo ao gol da Inter. Quando tinha a bola de imediato lançava Milito, na maioria das vezes perdia a bola, porém, nitidamente o objetivo era esse: Profundidade e transições rápidas.
MOTIVO DOS COMPORTAMENTOS
Ví esse jogo da Inter como uma espécie de antídoto para os comportamentos do Barcelona. Primeiro acredito que José Mouinho assumiu que sua equipe era inferior.
Mourinho percebeu os pontos fortes do Barcelona:
- Posse e circulação, principalmente atraindo o adversário em um jogo entre linhas em que Messi recebe de frente
- Daniel Alves recebe pelo lado após Pedro atrair o jogo pro meio. Usou um contra veneno que foi gerar um 2x1 nessa zona, já que Busquets não acompanhava Sneijder, acabavam ficando Pandev e Sneijder contra Daniel Alves. Figura abaixo:
- Xavi verticaliza e aprofunda o jogo quando recebe no segundo terço do campo, principalmente se estiver sem pressão na intermediária ofensiva.
- Transição Defensiva alta, rápida para recuperar logo a bola desde o momento da perda.
Estes são os pontos mais fortes do Barcelona. Mourinho percebendo isso conseguiu para mim duas coisas que definiram o resultado:
- Transição Defensiva alta, rápida para recuperar logo a bola desde o momento da perda.
Estes são os pontos mais fortes do Barcelona. Mourinho percebendo isso conseguiu para mim duas coisas que definiram o resultado:
1 - Conseguiu retirar a zona pressionante do Barcelona através da transição rápida com jogo direto em profundidade, o que acabava não dando tempo do Barcelona pressionar no campo da Inter. Foi o jogo dos 3 passes.
2 - Conseguiu controlar e retirar de dentro do bloco Messi e Xavi, o que reduziu muito as possibilidades de finalização. Mourinho acabou eliminando a 3ª fase de organização ofensiva do Barcelona, ou seja, eles Organizavam, Criavam espaços, mas não conseguiam finalizar.
ANÁLISE DOS GOLS - FC INTERNAZIONALE 3 X 1 FC BARCELONA
GOL DO FC BARCELONA
O LANCE
O gol do FC Barcelona surgiu de um erro individual da defesa da Internazionale, Lúcio em um momento de indefinição ao ser pressionado deu um passe fora do contexto e acabou facilitando o desarme de Keita, que rapidamente valorizou a posse e iniciou uma circulação de 10 passes, com muita participação de Xavi, aliás neste lance a transição defensiva da Inter foi boa, porém a organização defensiva cometeu novamente um erro individual com Maicon e em uma jogada individual Maxwell conseguiu um lance de fundo e com facilidade cruzou para uma linha de trás, Pedro pelo centro finalizou.
O MODELO
O interessante neste lance é que se coloca em prática a ideia de futebol do FC Barcelona de uma forma bem nítida. O lance poderia ter sido muito mais rápido se Keitá tivesse aproveitado o fundo ao interceptar a bola de Lúcio, porém preferiu a valorização (estava no campo de ataque e por isso não tinha muita profundidade, mas tinha o lado livre se quisesse). O passe para Xavi temporizou a organização ofensiva do Barcelona, e também a transição defensiva da Inter. Mesmo assim trocaram 10 passes antes de entrar pelo lado em uma clássica abertura de espaço de Keitá para a ocupação de Maxwell quando a defesa da Inter já estava totalmente reposta. Chamo a atenção pela participação dos jogadores Maxwell, Xavi, Keitá e Messi.
Curiosidades: Dos quatro semi-finalistas o Bayern de Munique e FC Barcelona eram os únicos com posse acima de 50% nos jogos.
Aos 20 minutos do primeiro tempo a UEFA apontava:
Distância percorrida: Internazionale 29 Km Barcelona 31.5 Km
Posse de bola: Internazionale 37% contra 63% do Barcelona
Aos 35:00 do segundo marcavam:
33% de Posse para a Internazionale de Milão
67% de Posse para o FC Barcelona
Distância percorrida: Internazionale 29 Km Barcelona 31.5 Km
Posse de bola: Internazionale 37% contra 63% do Barcelona
Aos 35:00 do segundo marcavam:
33% de Posse para a Internazionale de Milão
67% de Posse para o FC Barcelona
GOL DA FC INTERNAZIONALE
O LANCE
Dos gols que a Internazionale fez neste jogo este foi o mais circulado. Porém mesmo assim foi um gol que procurou valorizar a transição ofensiva, e utilizou apenas 6 passes. Após uma falta lateral próxima ao meio, Motta cobra curto para Sneijder que vira uma bola longa para Eto´o que escora, Maicon recebe, temporiza e novamente passa a Eto´o, que cruza de forma errada, porém cai no pé de Milito, que visualiza a entrada de Sneijder pelo lado, onde Pandev saiu e atraiu consigo Daniel Alves. Figura:
O MODELO
Visualização da zona de pressão, retirada da pressão e entrada pelo lado fraco. Méritos para Milito que identificou a entrada do Sneijder. Mais uma vez o lado estratégico foi fundamental, tenho certeza que isso foi treinado especificamente, o que levou Milito a não finalizar e sim passar a bola a um jogador melhor colocado.
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O LANCE
Resultado de um desarme rápido, ou seja, Zanetti desarmou passando e imprimiu velocidade a transição como foi durante todo o jogo. O Barcelona não conseguiu transitar defensivamente de forma eficiente como costumeiramente faz, pois Pandev vence o 1x1 e conseguiu conduzir a bola para uma zona vazia, já que o bloco de meio do FC Barcelona se encontrava todo proximo a bola. Após isso conseguiu um passe em pro para Milito, em diagonal para fora, que conduziu para a área e cruzou fraco para trás onde Maicon estratégicamente entrou para finalizar.
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O MODELO
O modelo do FC Barcelona é tão complexo que por vezes necessita de um feeling muito grande do jogador para perceber a situação, é uma rede de relações muito grande que acontece e isso pode gerar uma confusão momentânea. Neste gol acredito que deveria haver uma escala melhor no setor de meio, para evitar que em um lance de vantagem em 1x1 o jogador da Inter não se livrasse de todos os jogadores de meio do Barcelona. Porém neste jogo o mais costumeiro foi ver Busquets como meia e Xavi como Volante, o que acabava por vezes deixando todos muito próximos muito a frente ou muito atrás.
Quando tiveram que fazer a transição defensiva para pressionar Pandev, não conseguiram exatamente por estarem perto demais e não terem dobras as costas para um possível fracasso no 1x1, mérito para a Inter que conseguiu expelir o Xavi de dentro do seu bloco através da pressão de Motta e Cambiasso.
Legítimo gol do modelo. em 3 passes Maicon fez o gol, transição rápida e eficaz. Quanto ao Barcelona, não tiveram tempo.
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O LANCE
Motta interceptou com um carrinho um passe, e rapidamente ligou ao ataque com Eto´o. Este por sua vez cruzou e Sneijder escorou para Milito que finalizou.
O MODELO
Mais uma vez a transição ganha o lance. Primeiro na pressão (rara neste jogo) alta no momento do desarme do Motta. O automatismo simples do lance acabou gerando um gol muito ´rápido, mais uma vez em três passes.
FINAL - INTERNAZIONALE X BAYERN
OUTRO JOGO
PORÉM OS MESMOS COMPORTAMENTOS
OUTRO JOGO
PORÉM OS MESMOS COMPORTAMENTOS
No vídeo acima dá pra ver facilmente como é objetiva a circulação da Internazionale, portanto necessita de menos opções, é um jogo direto apoiado. Como citei no inicio da postagem, o professor Rodrigo Vicenzi nos colocou que acreditava que José Mourinho escolhera esse modelo pois proporcionava uma facilitação na recuperação mental e fisica dos atletas. Olhando a equipe da Inter jogar notamos que tem outro ponto fundamental diferente das outras de José Mourinho, ela não pressiona alto. Primeiro por que isso retiraria a profundidade do campo, o que dificultaria a transição ofensiva em profundidade com Milito, Eto´o e Pandev.
Segundo, isso iria fadigar a equipe, pois o jogo seria alucinante demais se pressionasse alto, e logo saísse em profundidade novamente. Não seria possível fazer isso nem mesmo por um tempo completo. Ou se pressiona alto, recupera-se a bola e se descansa com ela, ou se descansa, recupera-se a bola e transita rápido, é necessário contínuas reposições energéticas, descansos em meio ao jogo, caso contrário o organismo da equipe entra em curto circuito.
Entao é uma lógica seguida, abriu-se mão da complexidade do jogo estético, para que o jogo de resultados entrasse em evidência e fosse eficaz.
INDÍCIOS DA COMPLEXIDADE DOS MODELOS
Avaliando o quadro acima percebemos que as ações do Barcelona pela maior alternância de passes e participação, necessita uma maior percepção espaço-temporal dos lances. Com uma média de 5 passes por lance o Barcelona tem a tendência de construir o ataque a partir do ataque organizado, o que necessita interações mais complexas.
Já a Inter, com uma média de 3 passes gera seus ataques pelas transições ofensivas, aproveitando sempre o momento ofensivo do Barcelona. Basicamente a transição é elaborada em 3 rápidos momentos:
1 - Desarme se possível passando;
2 - Escora (pontes de ligação - jogo frente costas) deixando a bola no feitio para o lançamento;
3 - lançamento.
.No quadro acima nota-se q quantidade de passes das duas equipes, na maior parte do jogo o FC Barcelona foi superior, porém, na maior parte do jogo o FC Internazionale esteve ganhando o jogo. Quantidade de passes em termos de posse, volume de posse podem ser considerados um indicativo de complexidade de um modelo?
Média de passes por numero de ações coletivas. A coerência a proposta marcou a equipe da Inter, que teve pouca alternância no jogo, já o Barcelona teve alternâncias bruscas de comportamento, muitas vezes entrou no jogo de transições da Inter. Será então que a complexidade do modelo esta relacionada a possibilidade de impor este ao adversário? Quanto mais complexo, mais difícil de impor o modelo?
Concluimos então que (ou não):
A complexidade do modelo de jogo esta diretamente relacionada com a possibilidades de escolha que o jogador tem em determinado lance, quanto mais variável, mais desgastante mentalmente pois necessita de uma maior percepção e velocidade decisional, pois se tenho 3 opções e analiso e escolho, demoro mais que se tiver apenas 2, ou 1.
Logo se preciso pensar para escolher 3 opções, preciso pensar muito mais rápido pois o número de variáveis é maior, o que me leva am desgaste maior para as escolhas do jogo.
Grande abraço
Luis Esteves
Luis Esteves