domingo, 28 de novembro de 2010

ENCONTRO DE PAIS DA CATEGORIA SUB-15

Noticia pode ser vista em:

O sábado foi bastante movimentado para os pais dos atletas da categoria sub-15 do Grêmio. Organizado pelo setor biopsicossocial das Categorias de Base, o encontro iniciou no Salão Nobre Patrono Fernando Kroeff do Conselho Deliberativo, no Estádio Olímpico.

O encontro abordou temas como a filosofia das Categorias de Base do Grêmio, a relação de comportamento dos atletas, os hábitos alimentares dos jogadores, o papel da fisiologia na formação esportiva, análises de desempenho, táticas, questões jurídicas e médicas.

O evento foi prestigiado pelo assessor do Departamento de Futebol para as Categorias de Base, Cel. Élvio Pires, e os coordenadores Edson Aguiar e Mauro Rocha.

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OPINIÃO PESSOAL

Me chamou atenção esta notícia do site do Grêmio FBPA sobre uma reunião de pais, na qual foram abordados muitos assuntos relacionados a formação dos atletas acredito eu. Não vou me apegar muito a esta reunião pois eu não estava presente, mas o que me espanta é um clube do tamanho do Grêmio se preocupar em fazer esse tipo de reunião, porém me espanta de uma forma muito positiva (e posso estar exagerando, pois derrepente isto é uma coisa normal no clube) já que eu particularmente sempre apoiei e utilizei deste método para um maior entendimento dos pais sobre o processo em que seus filhos participam.

Digo que me espanta pois me lembro do meu início de carreira, quando assumi uma equipe e um jogador me falou sobre uma preleção de um treinador de um clube grande aqui do estado, e o treinador dizia "Não quero saber de pais falando comigo, eu odeio pais" para mim era engraçado mas eu entendia que por estar no topo do processo este treinador não necessitava da participação direta dos pais no processo de evolução do jogador, mas os tempos mudaram.

Este tipo de reunião é muito costumeira em clubes pequenos, que não tem possibilidades financeiras maiores, e que "precisam" dos pais no processo de formação do jogador, já que costumeiramente precisam fazer eventos para comprar bolas, pagar aluguél de campo, comprar fardamentos, ajudar em diversos outros assuntos, essa é uma realidade comum a maior parte dos clubes pequenos que são a formação da formação pois dali muitos atletas acabam saindo para outros clubes maiores entrando em um circuito mais competitivo.

Muitos clubes de ponta, os que tem o poder estrutural e cultural, acabaram com o passar dos anos e com a evolução empresarial do futebol gerando uma ruptura com os pais dos atletas, já que não existia mais a preocupação de perder jogadores, principalmente quando se está no topo, o que dispensa a participação dos pais, e os remete a meros torcedores nos jogos, sem nenhuma participação (como se isso fosse possível) no processo de formação. Esta falta de participação, o medo de dispensas, um certo desconhecimento dos pais sobre as fases e o processo de crescimento do jogador, esta falta de contato ou este contato muito limitado acabaram gerando um novo elemento no sistema, os "empresários" nas categorias de base.

Como diz o professor Vitor Frade, "Toda a generalização é perigosa, inclusive esta" é dificil generalizar esta classe, pois como em tudo existem os bons e ruins, porém hoje a maior parte dos que se dizem "empresários" na verdade são apenas exploradores de menores com o objetivo de conseguir dinheiro fácil em futuras negociações, e isso acaba gerando um grande problema no futebol.

Equipes do nível do Grêmio FBPA, São paulo FC, SC Internacional tem uma cultura muito rica, muito tradicional, o que exige mais do que um simples jogo de futebol, quando se joga num time destes é preciso jogar o futebol desta equipe, como dizem os portugueses sobre o FC Porto um futebol "Á Porto", pois cada equipe tem a sua identificação, a sua forma de jogar, e muitas vezes em meio ao processo de formação a aquisição deste comportamento é quebrada exatamente pelos empresários (não esquecendo que existem pais empresários também).

São quebradas a cada constrangimento (natural) que aparece em meio ao processo. Um jogador por exemplo quando é destaque em certas categorias menores acaba muitas vezes por motivos maturacionais tendo um destaque menor em anos seguintes, indo parar na reserva da equipe, sendo que com o acompanhamento necessário e o tempo correto, acabará por retornar a níveis altos, porém lá esta o empresário para simplesmente pegar o jogador e levar para outra equipe na qual ele irá supostamente ter destaque, ou por uma oferta material mais interessante, o que acaba tornando os clubes hoje verdadeiros clubes de aluguél, clubes de leilão, gerando no final jogadores sem nenhuma cultura futebolística.

A alguns meses o SC Internacional chegou a publicar que não participaria mais de competições de certo porte na base pois os empresários acabavam aliciando os jogadores para futuras transferências, o que acaba prejudicando todo o processo de formação pois a competição é algo fundamental para o rendimento e para a educação do jogador no sucesso e no insucesso.

Por isso mais uma vez venho parabenizar a iniciativa (talves não tão nova) do Grêmio FBPA na figura dos coordenadores Mauro Rocha e Edson Aguiar e o setor Biopsicosocial do clube, sobre esta aproximação e educação dos pais na base. Se houver uma aproximação, esclarecimento, planejamento, trocas de informação de forma clara, certamente o papel dos empresários será reduzido apenas ao setor profissional, onde apenas os verdadeiros empresários terão acesso a negociações em que o clube seja devidamente pago pelo desenvolvimento do jogador no decorrer de todos os anos de formação, acabando com esta palhaçada que vem se tornando as categorias de base.

Um Grande abraço
Luis Esteves

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

DIVERSOS


Gostaria de parabenizar a iniciativa do seminário de futebol realizado pelo Grêmio FBPA através do professor Thiago Duarte e a ESEF através do professor Cícero. Certamente um evento de alta qualidade com profissionais de top, que possibilitou grande crescimento de todos as pessoas presentes, e não foram poucas. ESPERAMOS PELO SEGUNDO.



Aula prática do professor José Guilherme.


Aula prática do professor José Guilherme.




Parabéns aos palestrantes Thiago Duarte, Rafael Vieira, Israel Teoldo, Júlio Garganta e José Guilherme.



Gostaria de mandar um Grande abraço aos amigos que fizemos no evento, em especial os professores Rodrigo, Alberto, Leandro e Guilherme, que além de ótimos profissionais que se revelaram através de suas opiniões sobre o jogo, também se mostraram ótimas pessoas, um grande abraço e sejam sempre bem vindos a Porto Alegre.

Gostaria de agradecer as pessoas que no evento me procuraram, e falaram sobre o blog, fico feliz mesmo de saber que de uma forma ou de outra estamos conseguindo ajudar e ser ajudado. Pegando o gancho quero agradecer a todos que frequentam esta página pelas 30 mil visitas nestes 15 meses, agradeço a participação de todos do fundo do coração.


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EXERCÍCIO INTERSETORIAL E COLETIVO



 A equipe amarela tem 4 jogadores contra 4 jogadores azuis no quadrado. Ali representei o espaço pressionado com a área vermelha. O azul deve pressionar a zona e ao desarmar procurar rapidamente retirar a bola da pressão com o 1 volante que esta entre os dois quadrados, este por sua vez conecta ao outro campo, onde ocorre uma pequena circulação. Na imagem eu não coloquei, mas dá pra colocar dois jogadores ali naquela zona verde, representando uma zona não pressionada em que temos clara superioridade. O amarelo deve tentar chegar rapidamente ate o atacante de centro, representado entre os dois quadrados.


A partir deste segundo momento, o time azul inicia um ataque organizado e tenta finalizar, a equipe amarela tenta retomar a posse e transitar rapidamente em profundidade no jogador que esta no centro representando o atacante de centro.


Neste momento os dois corredores da equipe estão trabalhando juntos, e a equipe deve perceber se é possível entrar em profundidade rápido para aproveitar alguma desorganização, ou se deve iniciar um ataque organizado.

Grande abraço
Luis Esteves

sábado, 20 de novembro de 2010

FASES DE ORGANIZAÇÃO OFENSIVA


" Antes de qualquer aula, o professor deve perguntar a sí mesmo: Qual o tipo de pessoa que eu quero que nasça da aula que vou lhe ensinar, e depois entra na aula. "

Manuel Sergio




Começo aqui uma série de cinco postagens (Que serão subdivididas). Serão baseadas nos quatro momentos do jogo e em sub-momentos de bola parada. Iniciarei com a Organização Ofensiva, após isso virão Transição Defensiva, Organização Defensiva e Transição Ofensiva, após colocarei alguns exemplos de bola parada de diferentes tipos. O objetivo destas postagens é identificar mecanismos (dinâmicas) de sucesso dos princípios, em equipes que conseguem fazer isso como comportamento padrão.


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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA
PRINCÍPIO DA POSSE E CIRCULAÇÃO


Ter a bola e gostar dela, e conseguir mante-la em posse é uma verdadeira arte, pois depende demais dos timmings e da capacidade de criação  tomada de decisão individual de cada jogador, dentre outros elementos do sistema, dentro da estrutura e principalmente do modelo da equipe, pois para mim o modelo é como uma linguagem, e se um dos jogadores não falar a mesma lingua, acaba comprometendo toda a conversa.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!
JUSTIFICATIVA PARA DETERMINADOS COMPORTAMENTOS


A NECESSIDADE DE UMA ESPECIFICIDADE PRECOCE
Como referência no assunto tomarei o exemplo do FC Barcelona, equipe hoje que constantemente apresenta a maior e melhor posse de bola em equipes de alto nível na minha opinião. Porém gostaria de salientar o seguinte: Atualmente eu trabalho com uma equipe de base, ou seja, trata-se de futebol formação/educação, e não futebol rendimento, embora o rendimento faça parte do processo, os dois tipos de jogo torna-se diferentes pela forma como se hierarquiza as importâncias, os conceitos e os ideais. Na base o rendimento é secundário, costumeiramente pode ser irregular, e o processo deve ser sempre de tranquilidade e paciência, com o menor teor possível de pressão por resultados, e o foco deve estar totalmente no processo do jogo, ou seja jogar e gostar do jogo. E isso não ocorre normalmente em equipes de base que vejo e jogo muitas vezes contra. 
Por exemplo, é costumeiro ver um jogador dar um balão, retirando a bola do estádio e vibrar com isso. Não digo que isso seja errado ou certo, porém, em termos hierárquicos devemos colocar os comportamentos que queremos sempre mais valorizados, ou seja, vai haver um momento em que uma bola deverá ser rebatida, porém, se a cada 10 bolas que meu jogador recebe, 8 ele rebate e duas ele consegue dominar e ficar com a posse, tenho determinado tipo de hierarquia de conceitos.

Portanto quando tomo o FC Barcelona como exemplo, sei que os campos de base são ruins, as bolas ruins, os adversários não querem jogar, o jogo é em maior parte de lançamentos, esta realidade é comum para mim nos últimos 8 anos, porém, admitindo que o processo que eu quero é o de formação e educação do jogador, afim de criar nele um núcleo duro de filosofia sobre futebol que privilegie o futebol bem jogado, limpo, com a única preocupação em jogar com prazer e qualidade no máximo limite de concentração possível, não posso mudar mesmo que em alguns momentos eu saiba que os elementos do ambiente irão prejudicar a nossa proposta de jogo. Porém é fundamental que o treinador esteja em um nível profissional em que ganhar um jogo já não é mais importante do que formar jogadores, e isso não significa que não gosto de ganhar, porém há muitas formas de ganhar e quando se esta formando pessoa deve-se ter muito cuidado com isso, pois dali a 5 ou 6 anos, podemos estar definindo como será ou não o futuro do jogador graças as experiências que ele adquiriu nos anos anteriores, graças a hierarquia de valores que ajudamos a criar na sua estrutura mental.

Sabemos que hoje o futebol de alto rendimento, o futebol de top é um grande negócio, que movimenta a paixão e a economia de muitas sociedades, não tem mais cabimento formar jogadores acostumados apenas a ganhar, pois ganhar na base é diferente de ganhar em níveis maiores, daí a explicação do porquê muitos jogadores destaques na base não conseguem o mesmo rendimento em categorias maiores, exatamente pelo processo que foi estimulado, ou seja é preciso haver um equilíbrio, sabendo que é muito importante ganhar e formar pessoas vencedoras, mas na base o caminho até a vitória sempre será mais importante que o resultado, se não fosse assim não haveriam casos de jogadores campeões de Efipan, Santiago, Copa Nike, Copa São Paulo, que chega na equipe profissional e não consegue se manter, para mim isso é resultado de um processo imediatista que assume o resultado como ponto principal do processo, eu pessoalmente acredito que o resultado é apenas o feedback de um caminho construido.
Assumindo então esta importância em termos de espetáculo, só há um caminho para a base, formar jogadores de alta qualidade e concentração nos quatro momentos do jogo, com raizes conceituais muito fortes a ponto de, quando chegarem em níveis de estress e pressão absurdas do futebol de top, nacional e internacional, consigam, através desta raiz conceitual, expressar todo o seu jogo com a velocidade e a qualidade que o futebol de rendimento necessita. Eis aqui a justificativa para este modelo de pensamento, formar para jogar e depois para ganhar é diferente de formar para ganhar e depois para jogar.

ORGANIZAÇÃO DOS DIFERENTES MOMENTOS DA POSSE E CIRCULAÇÃO

Dentro desta ideia, venho tentando desenvolver mecanismos (Mecanismos não-mecânicos, este nome não é de fato o melhor nome para descrever estas interações, porém ainda não encontrei nenhum outro nome para isso) facilitadores da posse e circulação, que se estabelecem dentro de 3 fases básicas de Organização Ofensiva. Seriam eles:

1ª Fase: Organização e Criação dos Espaços
2ª Fase: Aproveitamento dos espaços
3ª Fase: Finalização da Jogada



É importante dizer, mesmo sendo lógico, que os mecanismos de cada fase estão muito ligados a estrutura que se utiliza e neste caso será usado o 1.4.3.3.

Além destes mecanismos, outro elemento fundamental para haver sincronismos de ações são os conceitos. Estes conceitos/princípios permitem que os jogadores possam antever a próxima jogada de acordo com a situação que surge pelo imprevisto do jogo. Estes conceitos estão inseridos em cada momento do jogo, e servem como guia comportamental da equipe.

Bom, primeiro vou destacar alguns pontos que considero importantes nestas 3 Fases:


OBJETIVO :
Organizar a equipe em largura e muita profundidade, afim de gerar espaços para haver uma saída com a bola dominada, para posteriormente entrar na 2ª fase.
1 FASE: ORGANIZAÇÃO E CRIAÇÃO DE ESPAÇOS


Nesta primeira fase ocorre a saída de bola, normalmente com o goleiro. Esta fase se caracteriza por um maior espaço, o que possibilita uma circulação mais controlada, com maior domínio de ações.

É comum ter superioridade numérica nesta fase, então é necessário saber aproveitar isso gerando linhas sempre disponíveis de passe em relação ao jogador que tem a bola.

LINHAS DE PASSE

Todos os jogadores são linhas de passe, porém, existem linhas mais seguras que outras, e estas eu chamo de linhas fundamentais para a circulação, e estão representadas no quadro abaixo:


Como comportamento então devemos estimular os jogadores a identificar onde a bola está, com quem está, e a partir daí devem criar possibilidades de recepção de bola, usando conceitos que veremos mais a frente, baseado no comportamento que o adversário irá proporcionar, ou seja, não é uma modelação, é sim uma adaptação estrutural sem modificar no entanto o modelo da equipe, trata-se somente de pequenas movimentações multi-direcionais buscando espaços para recepção.

É necessário identificar as linhas seguras e as linhas de perigo. Exemplo:

- Linha do Zagueiro ao Lateral do mesmo lado - Normalmente segura
- Linha do Lateral ao Lateral - Normalmente perigosa

TIPO DE PASSE

É um conceito básico, porém importante salientar. Outro elemento fundamental é a direção do passe. Sempre procurar jogar em diagonais, isso é muito importante, pois possibilita um passe em segurança, diferente de passes paralelos, como no exemplo abaixo:


 
Além da direção, vale a pela salientar que o passe deve apresentar as seguintes características:

- Precisão - No pé dominante;
- Local - No espaço vazio ou no jogador;
- Velocidade - Deve ser rápido e seco, evitando demoras para chegar no ponto desejado;
- Tensão - Deve ser um passe que possibilite se necessário um direcionamento ou um passe de primeira, portanto deve ter tensão;
- Variação - Curto e longo
- Variação - Rasteiro ou Alto

CRIAÇÃO DE ESPAÇOS

O maior objetivo desta fase é gerar espaços, principalmente para que o 1º volante ou os laterais, recebam a bola com possibilidade de passa-la a um dos meias para que esse consiga receber a bola de frente para o jogo e sem estar pressionado.

Para que isso ocorra, existem mecanismos que os meias podem utilizar para gerar estes espaços, um deles esta descrito no quadro abaixo:


Na figura identifica-se o espaço gerado pelo avanço dos meias. É necessário um timming bom para que simultaneamente os meias retornem e já estejam disponíveis no momento em que o volante ou o lateral recebam a bola de frente para esse. Algumas vezes o adversário acompanha os meias até bem próximo da ultima linha, o que gera um espaço melhor, equipes que marcam de forma individual ou mista fazem isso. Outras equipes não acompanham, se isso ocorre, também é bom, pois gera uma superioridade numérica próxima da última linha, o que pode ser interessante - Figuras abaixo:

COM ESPAÇO:


SEM ESPAÇO:


Estes mecanismos dependem de uma comunicação gestual muito forte, ou seja os jogadores precisam ter os tempos de entrada, precisam de determinados sincronismos para possibilitar a circulação sem pressão, pois um ou dois segundos antes ou depois, o passe já pode sair errado ou pressionado. Exemplo da entrada dos meias no espaço gerado quando a bola entra no volante ou laterais:




Caso ocorra um acompanhamento da marcação junto aos meias, um novo espaço se abre, para o atacante de centro receber e fazer o jogo frente/costas para um dos meias:


Outro mecanismo utilizado é a criação de uma espécie de 3º zagueiro por conta do 1º volante. Isso ocorre quando determinado tipo de pressão acontece, retirando espaços demais do interior, evitando assim que a bola chegue no volante com possibilidades de progressão.
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Aproveito para exemplificar de forma prática este mecanismo. Coincidentemente em meio a produção desta postagem estive conversando com o professor Cristian de Souza, treinador dos juniores do Grêmio FBPA (adaptado de uma forma diferente ao da figura acima, pois ele joga atualmente em um 1.4.5.1 com dois volantes e 3 meias) , e ele me revelou utilizar este mecanismo em determinados momentos como opção de entrada da 1ª para a 2ª fase de organização ofensiva, isso pode ser visto na imagem abaixo:



Em resumo, esta fase deve fazer com que a bola chegue em condições frontais para um dos meias criar situações a partir da 2ª fase, buscando a finalização.

ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES NA ORGANIZAÇÃO OFENSIVA

CONDUÇÃO PARA CRIAR LINHAS

Conceito interessante muito utilizado pelo Guardiola atualmente no FC Barcelona. Diz respeito a conduzir, atrair o adversário e gerar uma linha nova, muitas vezes através de um jogador que ficou livre por causa dessa atração. Ele chama esse princípio também de Provocar para atrair. Junto a este comportamento ele coloca também o princípio do Homem Livre, que seria o jogador que ficou livre para ir pressionar esse jogador que atraiu com a condução.

JOGO FRENTE COSTAS

Conceito fundamental na manutenção da posse e na conexão entre setores, quem esta de costas para a defesa serve como apoio para quem vem de frente. É uma questão de visão de jogo, visão do adversário e das possibilidades de espaço. São estações de conexão entre setores, jogadores de apoio, ou seja os que estão de costas para o adversário servem como apoio a quem está de frente.

JOGO ENTRE LINHAS

Conceito fundamental que é representado pela mobilidade entre linhas do adversário. Movimentar significa sair de uma zona e ir para outra, esta movimentação poderá ser "entre linhas". Entre linhas em forma horizontal e entre linhas em forma vertical. É fundamental para receber a bola sem pressão, e para gerar novos espaços que serão aproveitados por jogadores da equipe criando estações de ligação entre setores.

VELOCIDADE COLETIVA

É a velocidade de sincronismos entre equipe e a bola. É a velocidade de circulação, velocidade em que a bola percorre um lado ao outro do campo, velocidade de movimentos em pequenos e grandes grupos. Se dá pela fluidez do jogo de forma horizontal, diagonal e vertical.

MUDANÇA DE RITMO

É muito importante pois é comum confundir velocidade com pressa, e para isso muitas vezes para ser rápido é necessário parar a bola para que outras coisas aconteçam. As vezes jogar em dois toques é bom, as vezes em um toque, as vezes é necessário conduzir e as vezes é necessário dribles, o que não é necessário é a linearidade. Normalmente modelos diferentes apresentam zonas mais favoráveis para determinado tipo de ritmo.

VARIAÇÃO DE ENTRADAS

Diz respeito a situações programadas que são previamente organizadas a fim de gerar um plano previsível ao jogador, ou seja, os jogadores estão ali e sabem que determinada ação pode ocorrer e assim por diante.

TIMMING DE DESMARCAÇÃO E PASSE

É talvez uma das coisas mais difíceis de conseguir, pois depende muito da sensibilidade do jogador e do conhecimento específico, e só pode ser conseguido através do treino específico do modelo. Diz respeito ao momento exato de sair de um lugar, e ir receber a bola em outro sem pressão. Mas não é tão simples assim, pois o passe dado pode ser no pé ou em um espaço vazio. É baseado em uma comunicação gestual na maioria das vezes e necessita de percepção e temporização dos jogadores, tanto do que vai se desmarcar, quanto o que vai passar.

PRÓXIMAS POSTAGENS:

2ª FASE: APROVEITAMENTO DOS ESPAÇOS
3ª FASE: FINALIZAÇÃO DA JOGADA

Grande abraço
Luis Esteves

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

FRASES



Um pouco de comédia, em meio nossas conversas surgem determinadas frases que merecem ser repetidas, ou por serem engraçadas, ou por não ter nenhum nexo:

" O futebol é cretino"

Marcos Zambiasi em uma preleção em colinas após provavelmente refletir sobre a complexidade do jogo e não chegar a nenhuma conclusão lógica.

"O um contra um tem o seu valor"

Luis Esteves, mesmo sendo um defensor do futebol coletivo, ao ver um determinado elemento passando de moto por outro em um lance de pura qualidade individual em um Gre-nal da base.

"O peixe anda rápido porque anda na água"

Julian Tobar, em um sábio momento ecológico.

domingo, 14 de novembro de 2010

EXERCÍCIO

Exercício que elaborei para tentar surpreender a linha defensiva em momentos ofensivos com uma rápida transição. Em resumo joga-se em dois momentos, primeiro momento:

1º MOMENTO


Equipe completa com 11 jogadores joga contra uma equipe intersetorizada em 8 jogadores, sem os atacantes e o meia, no caso de um losango.

Ocorre a circulação e a equipe composta por 11 tenta realizar o que foi proposto, e dentro de determinado tempo o treinador dá um sinal sonoro em que possibilita a transição ofensiva dos 8, no qual entram os 3 jogadores faltantes, fechando um 11x11.

2º MOMENTO


Neste momento então há uma junção da equipe amarela com a equipe vermelha.

Após alguns segundos em determinada ação, para-se e há um novo reinicio do 1º momento.

Grande abraço
Luis Esteves
la_futeboll@hotmail.com

domingo, 7 de novembro de 2010

SEMINÁRIO DE FUTEBOL


SEMINÁRIO DE FUTEBOL – DESAFIOS DO ALTO RENDIMENTO


O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e a ESEF/UFRGS oferecem, no mês de novembro, o seminário de futebol Desafios do Alto Rendimento.

Programação:

Dia 10/11
8h30min – Credenciamento
9h às 12h – Palestras
12h às 14h – Almoço (livre)
14h às 19h30min – Palestras

Dia 11/11
9h às 12h – Palestras
12h às 14h – Almoço (livre)
14h às 19h30min – Palestras
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Dia 12/11
9h às 13h – Debates

Palestrantes:
Júlio Garganta: Metodologia do Futebol, Alto Rendimento (Dr Catedrático da Universidade de Porto /Portugal. Autor de mais de 70 artigos sobre o tema.)
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Rafael Vieira: Análise de Desempenho no Futebol (Analista de Desempenho da Seleção Brasileira de Futebol)

José Guilherme: Periodização no Futebol (Preparador Físico da Seleção Portuguesa de Futebol)

Israel Teoldo: Análise Tática (Prof. Dr. da Universidade Federal de Viçosa)

Atenção: devido a compromissos profissionais, Sidney Lobo, Auxiliar Técnico da Seleção Brasileira, não integrará mais o grupo de palestrantes.

Inscrições:

Até o dia 9/11, sujeitas a disponibilidade de vagas.

R$200,00, com 25%* de desconto para sócios em dia e estudantes da faculdade de Ed. Física da UFRGS**.

Formas de Pagamento
Dinheiro, depósito ou cartão de crédito/débito.

Locais de Inscrição

- Quadro Social do Estádio Olímpico

- Internet: através do e-mail rp@gremio.net com pagamento através de depósito bancário ou cartão de crédito com os seguintes dados devidamente preenchidos no email: Nome, Endereço, Telefone, CPF, Email, Profissão e Empresa. Para pagamento com cartão, é necessário preenchimento de um formulário específico. Para preencher o formulário, clique aqui.

Dados para depósito:

BANCO DO BRASIL
Ag. 3418-5
CC 4328-1

BANRISUL
Ag. 0030
CC 060087250-3

Sócios e estudantes da UFRGS que realizarem inscrição via e-mail devem enviar número de matricula ou comprovante de matrícula, respectivamente, para o e-mail de inscrição ou via fax (3218-2839).

* Descontos não cumulativos.
** Devem apresentar comprovante de matrícula no ato da inscrição
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NOTA PESSOAL

Venho através desta manifestar a minha alegria e satisfação em publicar e divulgar este seminário. Parabenizo o professor Cícero, e o professor Thiago Duarte pelo esforço e capacidade em trazer profissionais deste gabarito. também parabenizo o Grêmio FBPA pela atual proposta metodológica e consequentemente pela promoção deste evento. É sem dúvida em termos metodológicos o melhor evento dos últimos tempos no Brasil.

Todos nós teremos muito a aprender com estes grandes profissionais.

Mais uma vez parabéns Thiago e Cícero.

UMA INTERPRETAÇÃO SOBRE SISTEMAS DENTRO DE SISTEMAS


Critérios do pensamento sistêmico:

Talvez seja conveniente, neste ponto, resumir as cerectaristicas-chave do pensamento sistêmico. O primeiro critério, e o mais geral, é a mudança das partes para o todo. Os sistemas vivos são totalidades integradas cuja propriedade não podem ser reproduzidas às de partes menores. Suas propriedades essenciais, ou "sistêmicas" são propriedades do todo, que nenhuma das partes possui. Elas surges das "relações de organização" das partes - isto é, de uma configuração de relações ordenadas que é característica dessa determinada classe de organismos ou sistemas. As propriedades sistêmicas são destruidas quando um sistema e dissecado em elementos isolados.

Outro critério-chave do pensamento sistêmico é a sua capacidade de deslocar a própria atenção de um lado para o outro entre níveis sistêmicos - por exemplo, um conceito de estresse a um organismo, a uma cidade ou a uma economia - podemos, muitas vezes obter importantes introvisões. Por outro lado também temos que reconhecer que, em geral diferentes níveis sistêmicos representam diferentes níveis de complexidade. Em cada nível, os fenômenos observados, exibem propriedades que não existem em níveis inferiores. As propriedades sistêmicas de um determinado nível são denominadas propriedades "emergentes", uma vez que emergem deste nível em particular.

Na mudança do pensamento mecanicista para o pensamento sistêmico, a relação entre as partes e o todo foi invertida.

CAPRA
1997

AOS AMIGOS QUE FREQUENTAM ESTE BLOG, ACONSELHO A LEITURA DOS LIVROS:

O PONTO DE MUTAÇÃO

E a continuação deste...

A TEIA DA VIDA
Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos


(Este livro em especial é fantástico)

Os dois livros de Fritjof Capra
Livros de ótima qualidade para o melhor entendimento sobre sistemas vivos


BRINCANDO DE SISTEMAS

COMPLEXIDADE DOS ELEMENTOS GENÉTICOS DO JOGADOR



COMPLEXIDADE DOS ELEMENTOS ADQUIRIDOS DO JOGADOR



COMPLEXIDADE DOS ELEMENTOS DA EQUIPE



COMPLEXIDADE DOS ELEMENTOS DA SOCIEDADE FUTEBOL



Um grande abraço
Luis Esteves

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ESCLARECIMENTO

Bom, venho nesta mensagem expressar minha ponta de tristeza, em relação ao assunto direitos autorais de determinados trabalhos publicados no meio acadêmico, afinal não sou escritor nem jornalista, sou treinador de futebol e faço publicações neste blog por puro lazer e muitas vezes com um certo altruismo.

Respeito embora não conheça a fundo, as normas gerais de publicação de determinados trabalhos, porém certas situações são totalmente anti-lógicas e vão de encontro a evolução metodológica do jogo de futebol.

Recebi um e-mail, com uma crítica (com razão é verdade) sobre uma das minhas publicações , informação esta que publiquei na íntegra, tive um trabalho de 3 dias para formatar de forma idêntica a original, coloquei referência e autor, porém não pedi nenhuma autorização ao mesmo.

Seguindo a lógica de que esta informação pode ser facilmente conseguida através do google, e de que estas publicações NÃO CONTÉM E-MAILS DE CONTATO DOS AUTORES, decidi pelo bem metodológico do futebol, que é o que defendo aqui, publicar .

Porém, a partir de agora, não publicarei mais estas coisas, pois vou respeitar o preciosismo autoral dos profissionais (?) que tem estas ideias.

Qual o sentido de fazer um trabalho que pode gerar um entendimento grande de pessoas que estão começando no futebol, um aperfeiçoamento metodológico pros que já estão no meio, uma luz para os que estão perdidos, senão o de abrir ao público.

Aproveito aqui para deixar bem claro que autorizo a publicação de qualquer coisa aqui escrita por mim sem necessidade de autorização, desde que seja reproduzida de forma idêntica e com citação do autor. Todos os exercícios que posto aqui foram realizados em sessões minhas de treino, todas as postagens fazem parte de um contexto diário fragmentado nos dias da semana, absolutamente este blog é um retrato da vida diária de uma equipe de futebol, e um retrato das coisas que me fazem pensar desta forma, que geraram determinada influência, que pode servir como exemplo para outras, ajudando a formação de jogadores mais capacitados.

Qual o sentido de produzir um trabalho, e coloca-lo em PDF travado para impressão? Medo do que? de que alguém roube informações? Copie e cole? Só vai demorar mais, porquê mesmo travando isso é possível de fazer... Engraçado, o Mestrado do Garganta é passível de ser impresso, mas a monografia de alguns que nasceram agora pro futebol não são, e nesse ponto quero parabenizar o Bruno Gaiteiro, pois produziu um dos melhores trabalhos sobre o Mourinho e deixou disponível para a impressão, parabenizo também o Abílio Ramos que produziu um dos melhores trabalhos sobre pressão, quero parabenizar o Jorge Maciel que produziu a melhor monografia até hoje sobre periodização tática e também, deixou disponível para a impressão.

Bom, um grande abraço.

Luis Esteves
Para retirar informações de qualquer postagem, por favor me contacte em:
la_futeboll@hotmail.com
este também é meu msn.